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Consumo excessivo de álcool e distúrbios metabólicos: fatores de risco para doenças hepáticas crônicas em pessoas com HIV

Estudo publicado em 1° de janeiro de 2024, no Journal of Acquired Immune Deficiency Syndromes, concluiu que distúrbios metabólicos e o consumo excessivo de álcool representam fatores de risco para doenças hepáticas crônicas em pacientes que vivem com HIV. A pesquisa foi conduzida por Dev Katarey, do Hospital Universitário de Brighton, no Reino Unido, e outros pesquisadores.

De setembro 2014 a dezembro 2021, o estudo inclui 274 pessoas, residentes no Reino Unido, que viviam com o vírus e já haviam apresentado enzimas hepáticas elevadas em ocasiões distintas, com pelo menos seis meses de intervalo. Os participantes foram submetidos a exames de sangue, testes de rigidez hepática e um questionário para identificação de possíveis transtornos causados por uso excessivo de bebidas alcoólicas.

A média de idade dos voluntários era de 52 anos e 92% pertenciam ao sexo masculino. Vinte dois por cento haviam sido diagnosticados com HIV antes da introdução da terapia antirretroviral, em 1996, e quase a totalidade dos indivíduos (97%) apresentavam carga viral indetectável no momento da inscrição no ensaio.

Alguns distúrbios metabólicos foram recorrentes entre os participantes que desenvolveram alguma doença hepática antes ou durante o período de acompanhamento. Cerca de 70% apresentaram dislipidemia (gordura no sangue), 64% tinham excesso de peso (índice de massa corporal igual ou superior a 25 kg/m²), 26% eram obesos (índice de massa corporal igual ou superior a 30 kg/m²), 20% possuíam síndrome metabólica (condição que eleva o risco de doenças cardíacas e acidente vascular cerebral) e 15% foram diagnosticados com diabetes.

No total, 35% dos indivíduos relataram ingestão semanal de álcool acima do máximo recomendado e quase 30% foram considerados como tendo níveis alarmantes de consumo de bebidas alcoólicas. Ambas as porcentagens foram calculadas levando-se em consideração as respostas obtidas nos questionários aplicados.

Na opinião dos autores, embora o uso excessivo de álcool não tenha sido apontado como um fator de risco para doença hepática crônica em análises anteriores, houve uma alteração dessa classificação nesse estudo, apoiada em uma prevalência três vezes maior do que a tolerada no Reino Unido pelas autoridades locais no tratamento do HIV e das doenças hepáticas.

Fonte: site do Journal of Acquired Immune Deficiency Syndromes, de 1° de janeiro de 2024.

(https://journals.lww.com/jaids/abstract/2024/01010/nonviral_liver_disease_burden_in_people_living.13.aspx)