Embora o HIV seja considerado uma condição de saúde absolutamente controlável nos dias de hoje, o cenário real do vírus entre pessoas idosas pode indicar um caminho mais complexo. Essa foi a conclusão central de um estudo, conduzido por Clotilde Allavena, da Universidade de Nantes, na França, e outros pesquisadores, e publicado, em 2 de dezembro de 2023, no site do Aidsmap.

De maio de 2019 a março de 2020, o estudo incluiu 508 pessoas, residentes no território francês, que viviam com o vírus e tinham mais de 70 anos. No total, 60% possuíam três ou mais comorbidades para o HIV, sendo hipertensão (67%), dislipidemia (66%), comprometimento cognitivo (58%), doença renal (39%), depressão (33%) e diabetes (21%) as mais diagnosticadas.

Os pesquisadores utilizaram a escala FRAIL, de três classificações, para avaliar o “nível de fragilidade” dos participantes. Ao ingressar na análise, 10% apresentavam três ou mais dos seguintes problemas: perda de peso não intencional, baixos níveis de atividade física, velocidade lenta de caminhada, exaustão e baixa força de preensão (uma medida de força muscular). Esses indivíduos foram classificados como “frágeis”. Sessenta e seis por cento tinham um ou dois dos problemas listados e foram classificados como “pré-frágeis”. Em contrapartida, 24% não apresentavam problema algum e foram descritos como “robustos”.

Ao final do período de acompanhamento, as proporções de pessoas nos grupos “frágeis”, “pré-frágeis” e “robustos” continuavam praticamente as mesmas (12%, 65% e 23%, respectivamente). No entanto, houve diversas trocas entre os grupos, sugerindo que os participantes também eram capazes de superar suas fragilidades e ficarem mais resilientes.

Dos indivíduos inicialmente classificados como “frágeis”, 47% evoluíram e se transformaram em “pré-frágeis” no final do estudo. Entre os descritos como “pré-frágeis”, 11% tornaram-se “robustos”, enquanto 14% tiveram uma piora e entraram para o grupo dos “frágeis”.

De acordo com os autores, a equipe do estudo continuará monitorando os participantes pelos próximos cinco anos para que seja melhor avaliada a evolução de suas condições da saúde.

Fonte: site do Aidsmap, de 2 de dezembro de 2023.

(https://www.aidsmap.com/news/nov-2023/doctors-alarmed-complex-needs-elderly-people-living-hiv)