Estudo investiga características do surto de mpox na Nigéria
De acordo com um estudo, liderado por Dimie Ogaina, da Universidade do Delta do Níger, em Yenagoa, na Nigéria, as relações sexuais desempenham um papel fundamental na propagação da monkeypox (mpox) no país, e pessoas que vivem com HIV sem supressão viral são mais propensas a desenvolverem quadros graves de mpox. A análise foi publicada, em 22 de outubro de 2023, na revista The Lancet Infectious Diseases.
De fevereiro de 2022 a janeiro de 2023, o estudo incluiu 260 pessoas com infecção comprovada ou provável infecção por mpox, que procuraram os 22 centros especializados no tratamento da doença na Nigéria. Foram excluídos aqueles que não se deixaram examinar ou que morreram por outras enfermidades.
No total, 84% dos participantes eram adultos e 71% homens. Apenas 5% se declararam gays, bissexuais e outros homens que fazem sexo com homens. Aproximadamente 20% viviam com HIV. Quase 75% acreditavam ter adquirido a mpox por meio de relações sexuais, o que coincide com descobertas de estudos anteriores que apontaram o sexo com a principal via de transmissão da doença.
Mais de 80% dos pacientes apresentaram febre e erupções cutâneas e 43% desenvolveram infecções bacterianas secundárias. Cerca de 50% dos voluntários foram hospitalizados, 19% diagnosticados com mpox grave e 6% morreram em virtude da doença. A maioria das mortes foi atribuída à infecção disseminada, que desencadeia uma reação imunológica irreversível.
Segundo os autores, pessoas que viviam com HIV sem um quadro de supressão viral tinham maior probabilidade de desenvolver mpox grave e possuíam uma taxa de mortalidade mais elevada. No entanto, nenhum participante que estivesse em terapia antirretroviral há mais de seis meses foi diagnosticado com um caso grave da doença ou teve morte registrada.
Fonte: site da The Lancet Infectious Diseases, de 22 de outubro de 2023.
(https://www.thelancet.com/journals/laninf/article/PIIS1473-3099(23)00427-9/fulltext)