HIV, IST e Outros

Pessoas com HIV: taxas de mortalidade por tuberculose preocupam na Europa Oriental

As taxas de mortalidade por tuberculose em pessoas que vivem com HIV na Europa Oriental permanecem elevadas e continuam sendo um desafio de saúde pública para as autoridades locais. Estudo conduzido por Christian Kraef, da Universidade de Copenhague, na Dinamarca, e publicado, em 29 de setembro de 2023, na revista AIDS, debruçou-se sobre o assunto.

De 2013 a 2021, clínicas da Bielorrússia, Geórgia, Letônia, Polônia, Romênia e Rússia contribuíram com dados de 375 pacientes que viviam com tuberculose e HIV. Desses, 281 (75%) eram do sexo masculino, 199 (55%) tinham antecedentes de uso de drogas injetáveis, 102 (27%) de abuso de álcool e 61 (16%) de depressão. Apenas 34% já haviam recebido a terapia antirretroviral (TARV) e pouco mais de 50% apresentavam contagens de CD4 inferiores a 200 células/mm³.

O tempo médio de acompanhamento durante o estudo foi de 4,6 anos por pessoa. Em 24% dos casos, a tuberculose espalhou-se dos pulmões (tuberculose pulmonar) para outras partes do corpo (tuberculose disseminada), com múltiplos órgãos sendo afetados.  A tuberculose disseminada é considerada mais grave e mais difícil de ser tratada do que a tuberculose pulmonar.

No total, 215 (57% de 375) pacientes morreram de tuberculose durante o estudo: 129 em até dois anos de acompanhamento e 86 após esse período. Os fatores de risco para mortalidade nos dois primeiros anos de acompanhamento foram contagem de CD4 abaixo de 200 células/mm³, tuberculose disseminada e resistência à substância rifampicina (usada no tratamento da tuberculose). Para mortalidade após dois anos de acompanhamento, o estudo constatou que pacientes que estavam em TARV apresentavam chances reduzidas de óbito. A tuberculose disseminada foi o principal fator de risco.

Para os autores, as ações para melhorar esses resultados precisam incluir o acesso a cuidados integrados de alta qualidade, em que sejam disponibilizados medicamentos para tuberculose e HIV, além de apoio psicossocial. Enfatizam, ainda, a necessidade de esforços políticos e financeiros para a implementação urgente de tais serviços.

Fonte: site da revista AIDS de 29 de setembro de 2023.

(https://journals.lww.com/aidsonline/abstract/2023/11010/long_term_outcomes_after_tuberculosis_for_people.10.aspx)