Estudo publicado, em 13 de agosto de 2023, no Journal of Antimicrobial Chemotherapy, aponta que novos casos de depressão e comportamentos suicidas têm maior probabilidade de serem notificados em usuários de inibidores da integrase do que em pessoas que utilizam outros tipos de medicamentos antirretrovirais ao HIV. O ensaio foi liderado por Laure-Hélène Préta, da Universidade de Paris, na França.

De 2008 a 2020, os pesquisadores analisaram dados submetidos ao VigiBase, o banco de dados de farmacovigilância da Organização Mundial da Saúde. Nesse período, um total de 124.184 notificações de indivíduos expostos a medicamentos antirretrovirais foi registrado. Dessas, 22.661 (18%) eram de pacientes que tomavam um inibidor da integrase.

Entre os usuários desses medicamentos, foram identificados 1.404 casos de depressão e 777 casos de tentativas de suicídio. No total, 547 casos de depressão e 357 casos de tentativas de suicídio ocorreram em pessoas que usavam um inibidor da integrase.

Os pesquisadores concluíram que, em comparação com outros antirretrovirais, os inibidores da integrase tiveram 3,6 vezes mais chances de estarem associados a relatos de casos de depressão e 4,7 vezes mais chances de estarem ligados a relatos de tentativas de suicídio. Bictegravir e dolutegravir tiveram probabilidades significativamente maiores de estarem associados a casos de depressão e tentativas de suicídio do que elvitegravir e raltegravir.

De acordo com os autores, as razões para taxas mais elevadas de depressão e tentativas de suicídio entre usuários de inibidores da integrase ainda são incertas e novos estudos sobre o tema são necessários. Não está claro se pessoas que tentaram o suicídio tinham histórico de depressão ou sofreram exacerbação de algum problema da saúde mental pré-existente como resultado do início do tratamento.

Fonte: site do Journal of Antimicrobial Chemotherapy, de 13 de agosto de 2023.

(https://academic.oup.com/jac/article-abstract/78/8/1944/7197288?redirectedFrom=fulltext&login=false)