Publicado no Journal of the International AIDS Society em julho de 2023, artigo assinado por Vita Jongen, do Serviço de Saúde Pública de Amsterdã, e outros colaboradores, buscou investigara associação entre a variação na frequência de uso da profilaxia pré-exposição (PrEP) ao HIV na modalidade oral (combinação emtricitabina/tenofovir) e o comportamento sexual entre gays, bissexuais e outros homens que fazem sexo com homens (HSH).

Os dados foram obtidos de agosto de 2015 a dezembro de 2016, e contou com 516 participantes de dois estudos acerca da profilaxia: AMPrEP e Be-PrEP-ared, realizados em Amsterdã (Holanda) e Antuérpia (Bélgica), respectivamente. Em ambos os estudos, os voluntários podiam escolher entre a PrEP oral diária e a sob demanda (2+1+1), com possibilidade de mudança de regime a cada três meses.

Ao invés de se centrarem no regime escolhido (diário ou sob demanda), os autores tomaram como parâmetro a frequência de uso das pílulas, a partir do qual quatro categorias foram criadas: (1) baixa frequência de uso (≤ 2 pílulas por semana), que contou com 12% dos voluntários; (2) uso variável (4 pílulas por semana), com 17% dos voluntários; (3) uso quase diário, com 31%; (4) uso sempre diário, com 41%.

Os participantes com uso diário da PrEP tendiam a ser mais jovens em relação àqueles com baixa frequência de uso. A baixa frequência esteve associada também a ter menos infecções sexualmente transmissíveis e menos práticas de sexo anal em relação aos participantes com uso diário ou quase diário.

Os autores observaram, ainda, uma constante mudança de regime de PrEP durante a participação nos estudos AMPrEP e Be-PrEP-ared, o que, segundo interpretam, se deve às mudanças de comportamento e frequência em termos de relações sexuais.

Link para o artigo: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1002/jia2.26133