Índice de transmissão vertical do HIV por meio da amamentação é baixo nos EUA e Canadá
Um estudo, publicado em 19 de junho de 2023, no Journal of Acquired Immune Deficiency Syndrome, não encontrou taxas elevadas de transmissão vertical do HIV por meio da amamentação. A análise foi liderada por Judy Levison, do Baylor College of Medicine, em Houston (EUA).
Os pesquisadores coletaram dados retrospectivos de 172 mulheres que viviam com HIV e amamentavam seus bebês, de 2014 a 2022, em oito cidades dos Estados Unidos e três do Canadá. A maioria das informações estava disponível em prontuários médicos, mas algumas poucas foram obtidas por meio da comunicação direta com as participantes.
Mais da metade (62%) das mães eram originárias de países africanos e 19% nasceram em países da América do Norte. Cerca de 70% estavam em relacionamentos estáveis ou eram casadas. Pouco mais de 72% partilharam seu status sorológico com o parceiro, mas a maior parte não compartilhou a informação com familiares e amigos.
Quase todas (92%) tinham diagnosticado o HIV antes da gravidez e 66% estavam em terapia antirretroviral antes de engravidar. Setenta e cinco por cento apresentavam carga viral indetectável (abaixo de 50 cópias/ml) no momento do parto.
As participantes amamentaram por um período que variou de uma a 72 semanas, com média de 24 semanas. A maioria (76%) informou amamentação exclusiva, ou seja, as crianças só se alimentaram de leite materno. Desafios com a amamentação foram comumente relatados, incluindo baixo suprimento de leite (21%), dor nos seios (6%), dificuldade de pega (6%), mamilos inchados (4%) e mastite (4%). Três por cento dos bebês tiveram a amamentação interrompida devido à hospitalização da mãe ou do próprio filho.
As crianças foram testadas para o HIV na segunda semana, com dois meses e quatro meses de vida, durante a amamentação, e com um mês, quatro meses e seis meses após o desmame. Noventa e quatro por cento dos bebês tiveram um resultado de HIV negativo após interromperem definitivamente a amamentação.
Quatro crianças, cujas mães não compareceram regularmente às consultas médicas após o parto, perderam o período de acompanhamento e não puderam ser avaliadas pela equipe do estudo.
Fonte: site do Journal of Acquired Immune Deficiency Syndrome, de 19 de junho de 2023.
(https://journals.lww.com/jaids/Abstract/9900/Development_and_implementation_of_an.230.aspx)