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Monoterapia baseada no dolutegravir mantém a supressão viral em pessoas tratadas precocemente para o HIV

A terapia antirretroviral (TARV) com um único medicamento à base de dolutegravir foi considerada altamente eficaz na manutenção da carga viral indetectável em pessoas que iniciaram precocemente o tratamento do HIV. Essa foi a principal descoberta de um estudo conduzido por Emily West, da Universidade de Zurique, na Suíça, e publicado, em 20 de junho de 2023, na revista Clinical Infectious Diseases.

De 2015 a 2018, 111 pessoas residentes na Suíça foram incluídas na análise, das quais 33% continuaram com a terapia padrão e 67% mudaram o tratamento para uma monoterapia baseada no dolutegravir. Posteriormente, sete indivíduos (quatro do grupo de monoterapia e três do grupo de terapia padrão) foram excluídos do ensaio por não atenderem aos critérios mínimos de elegibilidade.

As características dos participantes eram semelhantes em ambos os braços da pesquisa. A maioria era masculina, de etnia branca, com média de idade de 42 anos e contagem média de CD4 de 716 células/mm³. O tempo médio desde a aquisição do HIV até o início da TARV foi de somente 38 dias, o que caracteriza o tratamento precoce. Antes de entrarem no estudo, os voluntários estavam em regimes antirretrovirais por cerca de três anos e meio.

Após um período de acompanhamento de 48 semanas apontar 100% de supressão viral no grupo de monoterapia, os pesquisadores decidiram estender o monitoramento dos participantes por mais três anos. Na 96ª semana, a randomização foi suspensa para que as pessoas pudessem alternar entre a terapia padrão e a monoterapia, caso desejassem. No final da análise, apenas três voluntários, que não tiveram uma adesão perfeita ao tratamento, apresentaram blips virais (uma única medição de carga viral acima de 50 cópias/ml).

Os autores informam que, além da monoterapia, já existem duas opções de terapias duplas baseadas no dolutegravir. De acordo com eles, esses regimes apresentam ótima eficácia e oferecem riscos mínimos de efeitos colaterais.

Fonte: site da Clinical Infectious Diseases, de 20 de junho de 2023.

(https://academic.oup.com/cid/advance-article/doi/10.1093/cid/ciad366/7203698?login=false)