Anel vaginal de dapivirina mostra taxa de risco de novas infecções pelo HIV comparável ao da PrEP oral
Dados iniciais de um estudo do Zimbábue, conduzido por Jabulani Mavudze, da ONG Population Solutions For Health, localizada na cidade de Harare, mostram uma taxa semelhante de novas aquisições de HIV entre mulheres que usaram um anel vaginal de dapivirina e as usuárias da profilaxia pré-exposição (PrEP) ao HIV na modalidade oral. A pesquisa foi publicada, em 12 de maio de 2023, no site do Aidsmap.
A partir de abril de 2022, mulheres entre 18 e 25 anos, residentes em oito distritos do Zimbábue e com alto risco para o HIV, foram inscritas na análise. Elas puderam escolher livremente entre o anel vaginal e a PrEP oral. O estudo, ainda em andamento, acompanha mensalmente as mulheres do braço do anel vaginal por meio de visitas clínicas e da aplicação de testes de HIV.
Entre as que optaram pelo anel vaginal, 86% continuavam com o tratamento no segundo mês, enquanto 76% das usuárias de PrEP oral seguiam tomando o medicamento pelo mesmo período de tempo. No quarto mês, 64% das participantes com o anel vaginal e 59% das que usavam a PrEP oral continuavam com suas respectivas opções de prevenção.
Nos primeiros seis meses, oito usuárias (0,78%) do anel vaginal, todas moradoras da zona rural do Zimbábue, adquiriram o HIV. De acordo com os pesquisadores, esse índice é comparável com as taxas de infecções entre pessoas que tomavam a PrEP oral em estudos similares.
Cinco das seis participantes que testaram positivo para o HIV no primeiro mês relataram não ter renovado o anel vaginal em nenhum momento. A sexta mulher informou que removeu o anel vaginal no 24º dia e fez sexo desprotegido com um parceiro. A voluntária que testou positivo no terceiro mês retirou o anel vaginal no 28º dia e não voltou a usá-lo, já a participante que contraiu o HIV no quinto mês informou ter viajado para local que não disponibilizava o anel vaginal.
Os autores concluíram que, com base nos baixos índices de soroconversão e nas altas taxas de continuidade, existe a necessidade de se aumentar a oferta do anel vaginal de dapivirina não apenas no Zimbábue como em todo o continente africano.
Fonte: site do Aidsmap, de 12 de maio de 2023.