Mudança de bictegravir para cabotegravir/rilpivirina injetável raramente afeta o peso corporal
De acordo com os resultados de um estudo apresentado na 30ª Conferência sobre Retrovírus e Infecções Oportunistas (CROI), realizada de 19 a 22 de fevereiro de 2023, em Seattle, nos Estados Unidos, pessoas que vivem com HIV e mudam a terapia antirretroviral de bictegravir para cabotegravir/rilpivirina injetável dificilmente experimentam mudanças substanciais no peso corporal. A análise foi liderada por Darrell Tan, do Hospital St. Michael, em Toronto, no Canadá.
O estudo, ocorrido em 2021 e 2022, randomizou 687 pessoas residentes no Canadá que viviam com HIV, em uma proporção 2:1 visando mudar para cabotegravir/rilpivirina injetável ou continuar com bictegravir. Os participantes do grupo injetável puderam iniciar o tratamento com doses orais de cabotegravir e rilpivirina, durante um mês, para atingir níveis sanguíneos estáveis ou começar imediatamente com as injeções. Dos 541 indivíduos desse grupo, 175 optaram por iniciar com a administração oral.
Os voluntários tinham, em média, 37 anos, 17% eram mulheres e 21% negros. O peso corporal médio na inclusão do estudo foi de 81 kg no braço injetável e 79 kg no braço do bictegravir, com índice de massa corporal médio de 26 kg/m² e de 25,4 kg/m², respectivamente. No início da análise, 38% dos participantes no grupo injetável e 34% no grupo do bictegravir estavam na categoria acima do peso, enquanto 21% no braço injetável e 23% no braço do bictegravir foram classificados como obesos.
O peso corporal foi avaliado no mês 11 no grupo injetável e no mês 12 no grupo do bictegravir. Em ambos os casos, as alterações foram mínimas (-0,4 kg, em média, no primeiro grupo e +0,05 kg, em média, no segundo). As mudanças nos índices de massa corporal, gordura total e massa muscular total também foram consideradas irrelevantes nos dois grupos.
Durante a pesquisa, 8% dos participantes no braço injetável e 9% no braço do bictegravir passaram da categoria de massa corporal com sobrepeso para obesidade. Enquanto isso, 7% no braço injetável e 13% no braço do bictegravir passaram de massa corporal normal para sobrepeso.
Cerca de 17% dos indivíduos tinham síndrome metabólica no início do estudo e não houve alteração desse quadro em nenhum dos dois grupos no mês 12. Quarenta e dois por cento dos participantes no grupo injetável e 43% no grupo do bictegravir apresentavam resistência à insulina no começo do ensaio e a proporção aumentou para 45%, no mês 12, apenas no grupo injetável.
Fonte: site da CROI, de 22 de fevereiro de 2023.