HIV, IST e Outros

Combinações antirretrovirais podem causar depressão em mulheres que vivem com HIV

Mulheres que vivem com HIV e tomam combinações antirretrovirais contendo tenofovir alafenamida (TAF) e um inibidor da protease potencializado com cobicistate ou um inibidor da integrase podem ser mais propensas a apresentar sintomas de depressão do que mulheres que tomam outros regimes antirretrovirais. Esse, o principal resultado de um estudo liderado por Luis Parra-Rodriguez, da Universidade de Washington, dos Estados Unidos, exposto na 30ª Conferência sobre Retrovírus e Infecções Oportunistas (CROI), realizada de 19 a 22 de fevereiro 2023, em Seattle (EUA).

A pesquisa investigou sintomas depressivos em 1.538 mulheres que viviam com HIV e compareceram a pelo menos duas visitas clínicas, de 2014 a 2021, nos Estados Unidos. As participantes tinham, em média, 49 anos, 72% eram negras, 14% hispânicas e pouco mais de um quarto (27%) possuíam carga viral acima de 50 cópias/ml.

Cinquenta e quatro por cento tomavam tenofovir disoproxil fumarato (TDF) e 20% tomavam TAF. Pouco menos da metade (49%) estava tomando um inibidor da integrase, 33% um inibidor não nucleosídeo da transcriptase reversa e 31% um inibidor da protease.

Os investigadores dividiram as voluntárias em três grupos: aquelas com altos escores de depressão na maioria das visitas (459), as com baixos escores de depressão na maior parte das visitas (participantes) e aquelas sem nenhum sintoma depressivo (579).

Foram analisadas a associação entre a exposição a medicamentos antirretrovirais e os escores de depressão. Três combinações de substâncias foram associadas a sintomas depressivos no grupo de mulheres com altos escores de depressão: TAF, emtricitabina, darunavir e cobicistate; TAF, emtricitabina, elvitegravir e cobicistate; e TAF, emtricitabina, elvitegravir, darunavir e cobicistate.

Em contrapartida, as participantes, também do grupo de mulheres com altos escores de depressão, que tomaram as combinações de TDF, emtricitabina e efavirenz; e TDF, emtricitabina e rilpivirina tiveram menos sintomas depressivos em comparação com as que tomaram combinações contendo TAF.

Nos grupos de baixos escores de depressão e sem depressão, nenhuma combinação de substâncias foi associada a taxas mais altas ou mais baixas de sintomas depressivos.

Fonte: site da CROI, de 21 de fevereiro de 2023.

(https://www.croiconference.org/abstract/effect-of-common-antiretroviral-combinations-on-depressive-symptoms-in-women-with-hiv/)