No dia 17 de abril de 2023, o projeto ImPrEP CAB Brasil deu mais um passo importante para a entrada em operação, prevista para breve, do estudo que avaliará a viabilidade da oferta pelo SUS da modalidade injetável da profilaxia pré-exposição (PrEP) ao HIV: a realização de um workshop para apresentação do seu mapeamento de processos.

Direcionado para a equipe do centro coordenador do projeto, o evento ocorreu nas dependências do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz), no Rio de Janeiro, com transmissão ao vivo para diversos pontos do país, contando com condução da responsável pelo trabalho, Mirian Cohen, da Gestão da Inovação do INI (foto).

Após abertura feita pela pesquisadora principal do ImPrEP CAB Brasil, Beatriz Grinsztejn, que ressaltou a importância do mapeamento para basear o fluxo da oferta da PrEP, seja ela oral ou injetável, no mesmo dia da inclusão do participante, Mirian iniciou sua explanação ratificando o objetivo da modelagem de processos: facilitar o planejamento para o fluxo ideal de usuários de PrEP, de forma eficiente e eficaz, por meio das várias etapas clínicas necessárias para receber serviços, minimizando a carga de trabalho para os profissionais de saúde e mantendo a qualidade do serviço, identificando facilitadores, barreiras e estratégias de mitigação de erros.

Em seguida, Mirian fez questão de ressaltar o caráter participativo e colaborativo do trabalho que, além do INI, envolveu os outros cinco centros de estudo que participarão do projeto: Centro de Referência e Treinamento em DST/Aids (São Paulo), Centro de Referência em IST/AIDS (Campinas), Centro de Testagem e Aconselhamento/Policlínica (Florianópolis), Fundação de Medicina Tropical Heitor Vieira Dourado (Manaus) e Centro Especializado em Diagnóstico, Assistência e Pesquisa (Salvador).

Etapas e subprocessos

A gestora de inovação explicou que o mapeamento se deu a partir de diversas oficinas on-line e presenciais e de encontros aprofundados com os profissionais dos centros de estudos, obedecendo às seguintes etapas: Preparação e Planejamento, Mapeamento e Análise, Customização e Cocriação, e Modelagem e Validação. “Os bons resultados obtidos só foram possíveis pela disponibilização das equipes, que, baseadas no protocolo do estudo, participaram ativamente do desenho dos processos que respeitou as características de cada local”, afirmou.

Mirian informou, ainda, que foram estabelecidos três subprocessos principais que abarcam todo o estudo: inclusão do usuário, realização de exames laboratoriais e realização das visitas de acompanhamento. Após uma visão geral de cada uma dessas dimensões, Mirian passou a palavra para a coordenadora clínica do ImPrEP CAB Brasil, Brenda Hoagland, que focou especificamente no mapeamento de processos desenhado para o INI.

Deu ênfase especial ao subprocesso da inclusão do usuário, detalhando desde a chegada voluntária do indivíduo ao INI em busca de PrEP pela primeira vez – relembrando que o participante deverá ter de 18 a 30 anos, ser gay ou homem que faz sexo com outros homens, pessoa trans ou não-binárie HIV negativo, conforme dita o protocolo do estudo – até a definição entre a modalidade oral ou injetável, passando pela realização de testes de HIV e de outras infecções sexualmente transmissíveis, bem como de carga viral e hepatograma para os que optarem pela PrEP injetável.

Mirian terminou o encontro frisando que o mapeamento de processos tem por natureza estar em constante evolução, a partir da prática do dia a dia e que os resultados finais do trabalho ainda serão testados in loco nos centros de estudo do ImPrEP CAB Brasil.