HIV, IST e Outros

Pessoas com HIV gastam mais com doenças mentais e doenças não transmissíveis na Dinamarca

Publicado em 26 de dezembro de 2022, na revista HIV Medicine, um estudo dinamarquês concluiu, entre outras descobertas, que os custos dos tratamentos de doenças mentais e doenças não transmissíveis (como as cardíacas e renais) eram maiores entre pessoas vivendo com HIV do que em indivíduos sem o vírus. A pesquisa foi liderada por Lars Ehlers, do Nordic Institute of Health Economics, em Copenhague, na Dinamarca.

O estudo, realizado de 2006 a 2017, reuniu 407 pessoas vivendo com HIV e 4.070 participantes sem o vírus. A média de idade no momento do diagnóstico do HIV era de 39,5 anos e 71,3% dos voluntários eram homens. Cada participante vivendo com o vírus foi pareado com dez pessoas HIV negativas, nascidas no mesmo ano, do mesmo sexo e residentes no mesmo município. Todos os cuidados de saúde na Dinamarca são gratuitos e, portanto, ninguém enfrentou barreiras financeiras para realizar o tratamento.

Os participantes vivendo com HIV apresentavam rendimentos mais baixos que as pessoas HIV negativas, eram menos propensos a ter frequentado universidades (23% contra 32%) e tinham chances maiores de ter duas ou mais condições adversas de saúde antes do diagnóstico do vírus (9,3% contra 5,6%). Além disso, tiveram custos de saúde consistentemente mais altos, antes e depois de serem diagnosticados com HIV – em média, o custo total de saúde durante o período da análise foi três vezes maior do que para os voluntários sem o vírus (6.350 euros contra 1.974 euros).

Quando os custos dos cuidados com o HIV foram excluídos, os custos médios de saúde por participante ainda eram mais que o dobro para aqueles vivendo com HIV do que para indivíduos HIV negativos (4.174 euros contra 1.974 euros). Esses custos adicionais foram, principalmente, devido ao tratamento de doenças não transmissíveis e doenças mentais.

De acordo com os autores, esse estudo indica que cuidados centrados no paciente como um todo, e não só no que diz respeito ao vírus, podem ajudar a melhorar os resultados de saúde e reduzir os custos no longo prazo. Aumentar o acesso ao teste de HIV, particularmente para migrantes, também pode auxiliar na redução do diagnóstico tardio.

Fonte: site da revista HIV Medicine, de 26 de dezembro, de 2022.

(https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/hiv.13414)