HSH negros dos EUA querem mais informações em campanhas sobre PrEP
A revista Culture, Health & Sexuality, de 4 de janeiro de 2023, publicou estudo que se dedicou a conhecer mais profundamente como homens gays, bissexuais e outros homens que fazem sexo com homens (HSH) negros de Washington, nos Estados Unidos, se sentiram após a veiculação de campanhas de saúde pública acerca da profilaxia pré-exposição (PrEP) ao HIV. A análise foi liderada por David Kalwicz, da Universidade George Washington, localizada na capital norte-americana.
Os participantes elegíveis eram homens negros, maiores de 18 anos, HIV negativos ou com status de HIV desconhecido e que haviam feito sexo anal com pelo menos um homem no ano anterior ao início do estudo. O recrutamento ocorreu por meio de aplicativos de namoro e pelas redes sociais. No total, 118 homens participaram da pesquisa, realizada de janeiro a maio de 2022. Todos nasceram nos Estados Unidos, com exceção de dois indivíduos (um do Caribe e outro do continente africano). Cento e onze voluntários se identificaram como gays e apenas sete como bissexuais.
A maioria considerou que as mensagens veiculadas não tinham informações suficientes sobre a eficácia e os efeitos colaterais do medicamento. “Saber que preciso de um comprimido uma vez por dia não basta. Quero saber da eficácia e das reações adversas. Tenho certeza de que, sem essas informações, muitos vão desistir de tomar a PrEP”, relatou um participante.
Os voluntários opinaram sobre informações adicionais que os conteúdos poderiam fornecer, como números de telefone, sites ou QR codes. “Eu via o anúncio e aquilo me interessava. Mas o que eu devia fazer para acessar a PrEP? Quem eu devia procurar? Aonde eu tinha que ir? Para onde eu precisava ligar? Nada disso estava disponível nos materiais”, explicou um entrevistado.
A inclusão de preservativos nas campanhas foi outro ponto que chamou a atenção dos pesquisados. Alguns consideraram que a citação à camisinha confundia o entendimento sobre a eficácia da profilaxia. “Percebi que todas as mensagens sobre PrEP também continham chamadas sobre o uso de preservativos. Acho que uma pessoa comum poderia perguntar qual o sentido de tomar um comprimido diário se ainda precisava usar camisinha”, opinou um voluntário.
De acordo com os autores, a melhor prática para a criação de uma campanha de saúde pública é desenvolver mensagens e recursos visuais com o envolvimento do público-alvo. Eles afirmam que as informações colhidas nesse estudo servirão de ponto de partida para futuras campanhas capazes de atrair novos usuários de PrEP.
Fonte: site da revista Culture, Health & Sexuality, de 4 de janeiro de 2023.
(https://www.tandfonline.com/doi/abs/10.1080/13691058.2022.2157491?journalCode=tchs20)