Um estudo, realizado com pacientes do sistema de saúde integrado da Carolina do Norte, nos Estados Unidos e conduzido por Raynell Lang, da Universidade de Calgary, no Canadá, descobriu que as pessoas que vivem com HIV vacinadas contra a Covid-19 têm baixo risco de apresentar um quadro de doença grave ou morte e que uma terceira dose do imunizante forneceu uma proteção ainda maior contra o novo coronavírus. A pesquisa foi publicada, em 13 de outubro de 2022, na revista JAMA Network Open.

Foram analisados casos graves de Covid-19 (descritos como “doença inovadora”), após a vacinação completa, em 33.029 pessoas que viviam com HIV e em 80.965 participantes sem o vírus. A vacinação completa foi definida como duas doses dos imunizantes da Pfizer ou da Moderna ou uma dose da vacina da Janssen.

Até o final de 2021, 3.649 casos de Covid-19 ocorreram em pessoas totalmente vacinadas (15% receberam uma terceira dose), sendo 1.241 em voluntários que viviam com HIV e 2.408 em pessoas HIV negativas. Em ambos os grupos, uma proporção semelhante de participantes diagnosticados com a doença foi internada em hospitais (aproximadamente 7%), necessitou de ventilação mecânica (cerca de 10% dos internados) ou morreu (1% do total de casos).

Porém, a taxa de incidência de Covid-19 grave foi menor em voluntários que viviam com HIV do que em pessoas sem o vírus. Foram 117 casos por 100 pessoas-ano de acompanhamento entre participantes que viviam com HIVe 138 casos por 100 pessoas-ano de acompanhamento em voluntários HIV negativos.

O risco de doença grave foi ligeiramente maior em participantes que receberam a vacina da Janssen (9%) em comparação com voluntários que tomaram os imunizantes da Pfizer (7%) ou da Moderna (6%). Independentemente da vacina que receberam, as pessoas que tomaram uma terceira dose tiveram um risco significativamente menor, especialmente as que viviam com HIV.

De acordo com os autores, mesmo completamente imunizados, os participantes que viviam com HIV e apresentavam contagem de CD4 abaixo de 350 células/mmᶾ tinham um risco aumentado de avanço da Covid-19 grave em comparação com aqueles que também viviam com o vírus mas apresentavam contagem de CD4 acima desse patamar.

Fonte: site da JAMA Network Open, de 13 de outubro de 2022.

(https://jamanetwork.com/journals/jamanetworkopen/fullarticle/2797255)