Novos dados mostram que PrEP na gravidez é segura
De acordo com o estudo PrlMA, liderado por Laurén Gómez, da Universidade de Washington, Estados Unidos, dados preliminares sobre o uso da profilaxia pré-exposição (PrEP) ao HIV na modalidade oral (tenofovir disoproxil fumarato/emtricitabina) durante a gravidez sugerem que o medicamento não é prejudicial ao desenvolvimento das crianças. A pesquisa, apresentada na 24ª Conferência Internacional de AIDS (AIDS 2022), realizada em Montreal, Canadá, de 29 de julho a 2 de agosto, analisou resultados de crescimento e neurodesenvolvimento de bebês, com idade entre dois e três anos, cujas mães usaram PrEP oral na gestação.
Participaram do ensaio 4.447 mulheres HIV negativas do oeste do Quênia. As voluntárias receberam a profilaxia durante a gravidez e foram avaliadas em períodos regulares de até nove meses após o parto, independentemente de terem usado o medicamento ou não. Em seguida, foram incluídos pares mãe-filho que vão receber acompanhamento até o quinto aniversário das crianças. Como as inscrições ainda estão em andamento, a análise apresentada na Conferência se concentrou nos resultados infantis entre 24 e 36 meses.
No momento da análise, os dados estavam disponíveis para 664 pares mãe-filho. A idade média das mulheres e das crianças era de 28 anos e 26 meses, respectivamente. Apenas 119 (17%) mães iniciaram a PrEP durante a gravidez. As participantes tomaram a profilaxia por, em média, 2,4 meses nesse período. Cerca de 54% continuaram usando o medicamento nove meses após o parto.
Não houve diferenças significativas entre os grupos de mães que tomaram ou não a PrEP no período da gestação no que diz respeito ao estado civil, nível de escolaridade, número de filhos ou parto prematuro. Cerca de 13% das usuárias da profilaxia relataram ter um parceiro que vivia com HIV.
O PrlMA descobriu que os bebês expostos à PrEP durante a gravidez não eram mais ou menos propensos a apresentar nanismo ou perda de peso do que os bebês não expostos à profilaxia. O comprimento e o peso dessas crianças eram os mesmos aos 24, 30 e 36 meses. O neurodesenvolvimento entre bebês expostos ou não ao medicamento no período da gestação também foi idêntico.
Esses achados apoiam estudos anteriores que indicam que o uso de PrEP durante a gravidez é seguro. No entanto, o número de mulheres que tomaram a profilaxia na gestação foi considerado pequeno. Os pesquisadores esperam inscrever outros 525 pares mãe-filho para continuar a coleta de dados até 60 meses após o nascimento.
Fonte: site da AIDS 2022, de 1◦ de agosto, de 2022.
(https://programme.aids2022.org/Abstract/Abstract/?abstractid=11814)