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Adolescentes vítimas de violência são menos propensos a controlar o HIV

Histórico de violência e/ou abusos sexuais praticados pelo parceiro íntimo foram associados à uma  menor adesão à terapia antirretroviral (TARV) entre adolescentes vivendo com HIV na África do Sul. Essa foi a principal conclusão de um estudo longitudinal, liderado por Lucie Cluver, da Universidade de Oxford, no Reino Unido, e apresentado na 24ª Conferência Internacional de AIDS (AIDS 2022), realizada em Montreal, Canadá, de 29 de julho a 2 de agosto.

A análise acompanhou 1.046 adolescentes, com idades entre 10 e 19 anos, vivendo com HIV. Os participantes foram recrutados em mais de 70 unidades de saúde na cidade de Eastern Cape. Os pesquisadores analisaram seus prontuários clínicos e os entrevistaram em pelo menos três ocasiões entre 2014 e 2018.

Cerca de 37% dos voluntários relataram histórias de violência ou abuso sexual praticados pelo parceiro íntimo. Entre os 57% que eram do sexo feminino, 23% informaram uma exposição contínua à violência ou ao abuso sexual, 5% relataram ambos e 11% disseram ter sofrido episódios de violência nos dois anos que antecederam o início do estudo.

De acordo com os pesquisadores, os adolescentes que não relataram histórico de violência tinham uma probabilidade 72% maior de adesão adequada à TARV, em comparação com 38% daqueles que informaram ter sofrido violência praticada pelo parceiro íntimo. Embora o estudo tenha registrado um maior número de casos de violência envolvendo adolescentes femininas, o impacto na adesão foi semelhante em participantes de ambos os sexos.

Os autores afirmaram que, apesar das descobertas contidas na análise, permanecem dúvidas sobre como as experiências de violência, especialmente as contínuas no contexto de um relacionamento íntimo, podem impactar na adesão do tratamento do HIV e, consequentemente, na supressão viral. Quando indagados se a violência psicológica também foi capturada na pesquisa, eles informaram que a violência não física não foi constantemente questionada ou registrada.

Fonte: site da AIDS 2022, de 1 de agosto de 2022.

(https://programme.aids2022.org/Abstract/Abstract/?abstractid=4338)