Estudo aponta melhores índices de supressão viral em grávidas que tomam dolutegravir
Em setembro de 2020, o New England Journal of Medicine publicou os resultados de um estudo liderado por Kunjal Patel, da Universidade de Harvard, em Boston, Estados Unidos, o qual aponta que mulheres grávidas que viviam com HIV e usavam dolutegravir como terapia antirretroviral (TARV) eram mais propensas a ter uma carga viral totalmente suprimida no momento do parto, em comparação com gestantes que tomavam outros medicamentos.
No total, 1.251participantes grávidas, que tiveram o parto monitorado, entre 2020 e 2021, foram inscritas no ensaio. Dessas, 120 receberam dolutegravir, 464 atazanavir/ritonavir, 185 darunavir/ritonavir, 243 rilpivirina, 86 raltegravir e 153 elvitegravir/cobicistate. A maioria das mulheres (66%) era de negras de origem não hispânica.
A supressão viral no momento do parto diferiu substancialmente de acordo com o regime de TARV. Enquanto 96% das mulheres que tomavam dolutegravir tiveram carga viral indetectável, a porcentagem de supressão viral foi menor para os outros tratamentos: 84% para atazanavir/ritonavir, 90% para darunavir/ritonavir, 89% para raltegravir, 90% para elvitegravir/cobicistate e 87% para rilpivirina.
A análise da diferença de risco, ajustada para fatores como cuidados com o HIV durante a gravidez, uso de substâncias químicas na gestação e infecções sexualmente transmissíveis no mesmo período, mostrou que a diferença na supressão viral entre o dolutegravir e o atazanavir/ritonavir, o raltegravir e o elvitegravir/cobicistate foi estatisticamente significativa.
Os autores do trabalho informam que, embora existisse uma leve tendência de desfechos adversos no parto (nascimento prematuro, baixo peso ao nascer ou morte neonatal até 14 dias após o parto) em participantes que não haviam tomado dolutegravir, a diferença foi considerada irrelevante.
Fonte: site do New England Journal of Medicine, de 1 de setembro de 2022.