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Aplicação da PrEP injetável de longa duração é testada em músculo da coxa

De acordo com estudo conduzido por Kelong Ham, da Glaxo Smith Kline (empresa controladora da ViiV Healthcare), injeções para profilaxia pré-exposição (PrEP) ao HIV baseada no cabotegravir e na rilpivirina de longa duração, aplicadas no músculo da coxa, resultaram em efeitos colaterais leves e em um perfil farmacocinético similar ao das injeções das mesmas substâncias nas nádegas. A pesquisa foi apresentada na 24ª Conferência Internacional de AIDS (AIDS 2022), realizada em Montreal, Canadá, de 29 de julho e 2 de agosto.

O estudo, conduzido de 2020 a 2021, reuniu 115 voluntários HIV negativos. Apenas seis eram mulheres e uma retirou-se precocemente devido à gravidez. A idade média dos participantes foi de 33 anos. Brancos e negros estavam igualmente representados.

Após um período de introdução oral usando comprimidos diários de cabotegravir e rilpivirina, os voluntários receberam injeções de 600mg de cabotegravir e de 900mg de rilpivirina, com duração de dois meses, administradas no músculo lateral da coxa. Os dados de acompanhamento foram coletados durante um ano.

Os pesquisadores analisaram os parâmetros farmacocinéticos, incluindo a concentração máxima do medicamento, concentração mínima (nível mais baixo entre as doses), concentração em quatro semanas e “área sob a curva”, uma medida da exposição total à substância. Após as injeções na coxa, os participantes apresentaram concentrações do medicamento dentro da mesma faixa observada com as injeções nas nádegas.

Em relação a adventos adversos, na maioria das vezes foram relatadas reações no local da injeção, como dor, inchaço, endurecimento da pele ou vermelhidão. Outros efeitos colaterais, como calafrios, dor de cabeça ou insônia, foram incomuns (informados por apenas três pessoas). Não houve eventos adversos graves.

Quase todos os voluntários disseram sentir dor no local da injeção e cerca de 50% informaram inchaço ou endurecimento da pele. Esses sintomas foram geralmente leves (79%) ou moderados (15%) e duraram, em média, oito dias. Os pesquisadores observaram que o nível de dor foi maior entre aqueles que tomaram injeções de rilpivirina.

Segundo os autores, a maioria dos participantes expressou um alto nível de satisfação com as injeções de longa duração e informou preferir essa modalidade da profilaxia quando comparada com os comprimidos diários.

Fonte: site da AIDS 2022, de 31 de julho de 2022.

(https://programme.aids2022.org/Abstract/Abstract/?abstractid=9906)