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No Reino Unido, estudo investiga condições de saúde de pessoas vivendo com HIV

Um estudo transversal envolvendo pacientes de serviços de saúde do Reino Unido comparou a prevalência de um grande número de diferentes condições de saúde em pessoas vivendo com HIV e aquelas que são HIV negativo. Realizado entre 2016 e 2021, o ensaio foi conduzido por Daniel Morales, da Dundee University, e publicado, em 30 de maio, na revista The Lancet Discovery Science.

No total, 942.077 pacientes, com registros em unidades de saúde concluídos até novembro de 2015, foram incluídos no ensaio. Desses, apenas 264 vivem com HIV. Para corrigir uma provável sub-representação, os pesquisadores recorreram aos registros de diagnósticos do Office for National Statistics, instituto que realiza o censo na região.

A proporção entre homens e mulheres era equilibrada entre as pessoas sem o vírus, enquanto 61% dos participantes vivendo com HIV eram do sexo masculino. Vinte e cinco por cento dos voluntários HIV negativo tinham 65 anos ou mais. Entre as pessoas que vivem com o vírus, esse número diminuiu para apenas 7%.

Os pesquisadores reuniram 504 diagnósticos positivos e negativos de HIV em 47 grupos de diferentes condições de saúde. Os grupos variavam desde condições comuns, como níveis elevados de lipídios no sangue ou problemas neurológicos, até doenças mais raras, como infecção do sistema nervoso central, meningite e cânceres respiratórios.

Anormalidades sanguíneas, como baixa contagem de glóbulos brancos, foram até duas vezes mais comuns em pessoas que vivem com HIV. Por outro lado, várias condições eram menos prováveis nesses participantes, incluindo pressão alta (22% menos provável), asma (35% menos provável) e distúrbios ósseos articulares (44% menos prováveis).

A tuberculose foi mais comum entre os voluntários vivendo com HIV: a prevalência da doença foi de 0,6% na população geral do estudo, subindo para quase 7% em relação às pessoas desse grupo. Outras condições mais comuns em voluntários que vivem com HIV foram distúrbios imunológicos (7,4 vezes mais comuns), infecções gastrointestinais (5,7 vezes mais comuns), infecções virais (7,7 vezes mais comuns) e hepatite viral (22 vezes mais comum).

Pessoas vivendo com HIV apresentavam maiores chances de sofrer de doenças influenciadas por baixos níveis de hormônios sexuais (infertilidade masculina e feminina e disfunção erétil), mas apenas metade quanto à probabilidade de sofrer de diverticulite, infecção da vesícula biliar ou inflamação da bexiga. Cânceres, como linfoma não-Hodgkin, linfoma de Hodgkin e câncer cervical eram até 12 vezes mais prováveis entre esses pacientes.

Fonte: site da The Lancet Discovery Science, de 30 de maio, de 2022.

(https://www.thelancet.com/journals/eclinm/article/PIIS2589-5370(22)00122-5/fulltext)