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Covid de longa duração é mais comum em pessoas que vivem com HIV não vacinadas do que em pessoas HIV negativas não vacinadas

Pessoas que vivem com HIV não vacinadas contra a Covid-19 são quatro vezes mais propensas do que pessoas HIV negativas não vacinadas a desenvolver sintomas de longa duração da doença causada pelo novo coronavírus. Essa foi a principal descoberta de um estudo conduzido por Steven Deeks, da Universidade da Califórnia – São Francisco (EUA), e apresentado em forma de pôster na 24ª Conferência sobre Retrovírus e Infecções Oportunistas (CROI 2022), realizada virtualmente de 12 a 24 de fevereiro.

O estudo comparou sintomas do sistema imunológico de 39 pessoas que viviam com HIV, em recuperação de Covid-19, contraída antes da vacinação, com um grupo de controle com 43 voluntários, também infectados pelo coronavírus, HIV negativos. Os participantes foram pareados levando-se em consideração critérios como sexo, idade, histórico de hospitalização por Covid-19 e tempo decorrido desde a infecção.

Os voluntários tinham uma idade média de 54 anos, 95% eram do sexo masculino, 38% brancos, 36% hispânicos, 18% negros e 5% provenientes das ilhas do Pacífico. Todos os voluntários que viviam com HIV estavam em tratamento antirretroviral e apenas dois não tinham cargas virais indetectáveis. A contagem média de células CD4 foi de 596.

Casos graves de Covid-19 foram raros entre os voluntários do estudo. Apenas 13% das pessoas que viviam com HIV e 17% do grupo de controle precisaram ser hospitalizadas. Somente uma pessoa de cada grupo necessitou de ventilação mecânica.

Os participantes foram submetidos a avaliações sintomáticas imunológicas aproximadamente três meses após o teste positivo para a Covid-19. Os sintomas de longa duração mais informados nas consultas de avaliação foram fadiga (42%), dores musculares (24%), problemas de concentração (42%), problemas de visão (21%) e dificuldade para dormir (34%) – esses sintomas foram cerca de duas vezes mais relatados por pessoas que viviam com HIV. Falta de ar, coriza, palpitações e tontura ocorreram com a mesma frequência nos dois grupos.

Fonte: site do Aidsmap, de 7 de março de 2022.

(https://www.aidsmap.com/news/mar-2022/long-covid-more-common-people-hiv)

Link para o estudo: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2022.02.10.22270471v1.full-text