Beatriz Grinsztejn coordenará implementação da PrEP injetável como estratégia de prevenção do HIV no Brasil
Beatriz Grinsztejn, chefe do laboratório de Pesquisa Clínica em DST e Aids do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz) e co-pesquisadora principal do ImPrEP, coordenará no Brasil o projeto de implantação da profilaxia pré-exposição (PrEP) injetável ao HIV utilizando o cabotegravir de ação prolongada.
Considerada a mais recente inovação para prevenção do HIV, a PrEP injetável se mostrou mais eficaz que a PrEP oral diária na redução de risco de infecção pelo vírus com apenas seis injeções por ano. “A PrEP injetável é uma conquista sem precedentes para o campo da prevenção do HIV. A PrEP com com cabotegravir de longa duração é uma estratégia nova e poderosa que pode realmente fazer a diferença no controle da epidemia de HIV/AIDS”, afirma Beatriz, que também coordenou a nível global o ensaio clínico da PrEP injetável em parceria com Raphael Landovitz, professor associado da Divisão de Doenças Infecciosas da David Geffen School of Medicine, na Universidade da Califórnia em Los Angeles. O projeto, financiado por Unitaid, também será implementado na África do Sul.
“Graças aos investimentos da Unitaid, comunidades no Brasil com taxas desproporcionalmente altas de HIV estarão entre as primeiras do mundo a se beneficiar desse novo tratamento preventivo”, disse Marcelo Queiroga, ministro da Saúde do Brasil. “Trabalhando em nosso sistema nacional de saúde, esse projeto não apenas integrará novas opções de PrEP aos serviços existentes, mas também desenvolverá um modelo para ampliar a PrEP de longa duração para que as pessoas em todo o continente e além possam se beneficiar”. No Brasil, o projeto terá como público-alvo os grupos mais vulneráveis à infecção pelo HIV: homens que fazem sexo com homens e pessoas trans de 18 a 30 anos.
As metas das Nações Unidas de alcançar três milhões de pessoas com a PrEP até 2020 não foram atingidas em dois terços. Os estudos sobre o cabotegravir de ação prolongada comprovaram que é uma nova alternativa que aborda os desafios associados ao esquema oral, incluindo uso inconsistente e medo de estigma ou discriminação, e pode estender os benefícios a milhões de pessoas em risco de infecção pelo HIV.
PrEP injetável
O cabotegravir de ação prolongada é um novo método de prevenção do HIV que fornece oito semanas de proteção contínua contra a infecção pelo vírus por meio de uma única injeção intramuscular. Isso fornece uma alternativa à PrEP oral, que pode reduzir o risco de infecção pelo HIV em 99%, mas apenas quando tomada conforme prescrito: uma vez ao dia ou antes e depois do sexo no esquema PrEP 2+1+1 (nesse caso, apenas para homens cisgêneros).
A PrEP injetável aborda os desafios que os usuários enfrentam com pílulas regulares que reduzem o impacto da PrEP oral em ambientes do mundo real. Também mitiga o medo de que os comprimidos sejam interpretados como tratamento do HIV e façam com que o usuário sofra estigma, discriminação ou violência por parceiro íntimo como resultado.