Saúde de mulheres negras e latinas vivendo com HIV é impactada pela comunicação com profissionais de saúde
Estudo publicado em outubro de 2021 na revista AIDS and Behavior, conduzido por Henna Budhwani, da Universidade do Alabama, nos Estados Unidos, analisou como a comunicação com profissionais da área de saúde impactam nos resultados alcançados junto a mulheres negras e latinas que vivem com HIV. Os problemas de interlocução com os provedores, amplificados pela baixa alfabetização em termos de saúde, resultaram na diminuição da confiança e menor qualidade das interações com as pacientes.
Para os dados qualitativos, os pesquisadores formaram 12 grupos focais com mulheres negras e latinas vivendo com HIV nos estados da Geórgia, Alabama, Nova Iorque, Carolina do Norte, Illinois e Mississippi, num total de 92 participantes, sendo 89% negras e 11% latinas. Todas tinham pelo menos 25 anos e 57% mais de 50 anos. Sessenta e cinco por cento apontaram ter conhecimento do seu status de HIV há mais de dez anos e 53% contavam com renda anual abaixo da diretriz federal de pobreza.
Vários temas surgiram por meio de discussões sobre a comunicação que as pacientes tinham com os profissionais de saúde. Desrespeito, preconceito, expressões de julgamento e comunicação pouco clara ou insuficiente foram citados como alguns dos principais fatores que afetavam a confiança no tratamento.
A maioria das mulheres reclamou do comportamento não-verbal, percebido como discriminatório, desrespeitoso ou perturbador. Outras relataram vivenciar expressões de julgamento por parte dos profissionais. As participantes disseram apreciar quando os provedores dedicavam um tempo extra para explicar as condições de saúde, novos diagnósticos e considerações sobre medicamentos.
Esses resultados mostram como a melhora da comunicação pode elevar a qualidade das relações entre paciente e profissionais de saúde. Os autores sugerem que modelos compartilhados de tomada de decisão podem ser o melhor caminho para o restabelecimento da confiança mútua.
Fonte: site do Aidsmap, de 4 de janeiro de 2021.
Link para o estudo: https://link.springer.com/article/10.1007/s10461-021-03496-2