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Lenacapavir: droga injetada duas vezes ao ano mostra-se promissora para o tratamento do HIV

Injeções de lenacapavir, um inibidor experimental do capsídeo do HIV, duas vezes ao ano, podem ser usadas como parte de um regime combinado para pessoas que estão iniciando o tratamento para o HIV. Esse foi o primeiro resultado do estudo CALIBRATE, liderado por Samir Gupta, da Universidade de Indiana (EUA), apresentado na 11ª Conferência sobre a Ciência do HIV (IAS 2021), promovida pela International Aids Society, em julho.

A idade média dos participantes do CALIBRATE era de 29 anos, 7% mulheres e 52% negros. Eles foram divididos em três grupos: 25 pessoas, como um grupo de comparação, receberam bictegravir oral mais emtricitabina/tenofovir alafenamida (TAF); um segundo grupo, com 52 pessoas, recebeu comprimidos de lenacapavir mais emtricitabina/TAF durante um ano; outros 105 participantes começaram a tomar lenacapavir oral e comprimidos de emtricitabina/TAF por duas semanas e depois passaram para o lenacapavir injetável.

Se, no momento da segunda injeção de lenacapavir, na semana 28, os participantes tivessem uma carga viral abaixo de 50, eram migrados para um regime com lenacapavir mais TAF ou lenacapavir mais bictegravir.

Na 28ª semana, todas as 25 pessoas do braço de comparação bictegravir mais emtricitabina/TAF tinham uma carga viral abaixo de 50. Nos grupos que tomaram lenacapavir (oral ou injetável), com exceção de dez participantes que abandonaram o estudo e um em que o medicamento não produziu o efeito esperado, não reduzindo a carga viral, todas as outras pessoas apresentaram resultado satisfatório, com carga viral reduzida ou não identificada. O pesquisador informou que a taxa geral de supressão viral ficou em 94%.

Ninguém experimentou uma reação adversa severa. Dezessete por cento dos participantes relataram inchaço ou vermelhidão no local da injeção e 11% apresentaram nódulos e endurecimento da pele. Houve casos não graves de diminuição da função renal, mas esses foram mais comuns no grupo de comparação.

Gupta disse que os resultados, até o momento, justificam o avanço de estudos do lenacapavir que o combinem também com o islatravir como um regime de injeções. De acordo com o pesquisador, estudos futuros precisam recrutar uma proporção maior de mulheres e incluir questões relativas ao uso da profilaxia pré-exposição (PrEP) ao HIV.

Fonte: site do Aidsmap, de 19 de julho de 2020.

(https://www.aidsmap.com/news/jul-2021/twice-year-injected-drug-shows-promise-first-line-hiv-treatment)

Link para o estudo: https://theprogramme.ias2021.org/Abstract/Abstract/2211