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Anéis vaginais e PrEP oral para prevenção do HIV junto a grávidas e mulheres jovens

Duas análises realizadas na África se dedicaram a observar o uso do anel vaginal com dapivirina e da profilaxia pré-exposição (PrEP) como alternativas de prevenção do HIV em mulheres jovens e em grávidas.

A primeira delas traz os resultados provisórios do estudo REACH, considerados promissores após os primeiros dois períodos de seis meses e que foram apresentados na 11ª Conferência sobre a Ciência do HIV (IAS 2021), promovida pela International Aids Society, em julho, tendo sido conduzidos por Gonasagrie ‘Lulu’ Nair, da Universidade Stellenbosch, da Cidade do Cabo, na África do Sul. Esse estudo, lançado em fevereiro de 2019, incluiu 247 mulheres jovens de 16 a 21 anos na África do Sul, Uganda e Zimbábue, com média de idade de 18 anos, que usavam métodos contraceptivos confiáveis e não estavam grávidas.

A maioria era solteira e 40% já haviam engravidado. Três quartos tinham o ensino médio e 75% estavam cientes do status sorológico de seu parceiro, com uma média de 2,5 parceiros sexuais durante os últimos três meses. Trinta e cinco por centoapresentavam uma ou mais infecções sexualmente transmissíveis (IST) no início do estudo, sendo a clamídia a mais comum. Enquanto 7% disseram estar muito preocupadas em contrair o HIV, 39% afirmaram não ter essa preocupação.

Ambos os métodos, anel vaginal com dapivirina e PrEP oral com TDF/FTC foram bem tolerados. Cerca de um terço das participantes relatou eventos adversos relacionados ao anel e aproximadamente metade delas apontou efeitos colaterais relacionados à PrEP oral. No entanto, não houve eventos adversos graves com nenhum dos dois métodos.

As mulheres relataram clara preferência pelo anel: 88,5% disseram ser aceitável, enquanto 63,9% relataram o mesmo sobre o TDF/FTC.“A adesão ao anel e à PrEP oral foi maior do que o previsto entre adolescentes e mulheres jovens africanas. Ambos foram bem tolerados, altamente aceitáveis e a adesão a ambos os produtos pode ser alcançada com apoiopersonalizado”,concluíram os pesquisadores.

O segundo estudo, denominado DELIVER, avaliou a segurança do anel vaginal com dapivirina e da PrEP oral comTDF/FTC em mulheres grávidas. O estudo incluiu150 participantes em Malauí, África do Sul, Uganda e Zimbábue. A idade média era de 25 anos e quase um terço já havia engravidado antes. Destas, 101 foram designadas aleatoriamente para usar o anel mensal e 49 para usar a PrEP oral diária. Elas começaram a usar os métodos no final da gravidez (cerca de 36 a 38 semanas de gestação) e continuaram até o parto. As mães e bebês foram acompanhados por mais seis semanas.

As complicações na gravidez foram raras, sendo as doenças hipertensivas as mais comuns. Três mulheres no grupo do anel vaginal e duas no grupo da PrEP oral apresentaram hipertensão gestacional (pressão alta), sendo que duas do grupoda PrEP oral desenvolveram pré-eclâmpsia. Uma participante no grupo do anel vaginal e duas no grupo da PrEP oral tiveram partos prematuros. Houve um natimorto e um óbito de recém-nascido, ambos do grupo da PrEP oral.

“Nesse estudo, de um agente de prevenção de HIV de ação prolongada na gravidez, os resultados adversos da gravidez e complicações foram incomuns, quando o anel vaginal com dapivirina e a PrEP oral com TDF / FTC foram usados no final da gravidez.Os dados apontam que deve ser feita uma investigação maior sobre a segurança do anel vaginal com dapivirinaentre mulheres grávidas no início da gestação”, informaram os pesquisadores.

Os futuros gruposde participantes do estudo DELIVERincluirão 150 mulheres que começarão a usar os métodos de prevenção com 30 a 35 semanas de gestação e 250 mulheres que o farão a partir de 12 a 29 semanas.

Fonte: Aids Map de 28 de julho de 2021

https://www.aidsmap.com/news/jul-2021/young-women-and-pregnant-women-can-effectively-use-vaginal-rings-and-oral-prep-hiv