Estudo do Reino Unido identifica aumento do risco cardiovascular em pessoas que vivem com HIV
Pessoas vivendo com HIV têm mais fatores de risco cardiovascular e, portanto, estão sob risco mais elevado de desenvolver doenças cardiovasculares. Essa foi a conclusão de um estudo chamado “A associação de fatores de risco cardiovascular e doenças em pessoas que vivem com HIV no Reino Unido: um estudo de coorte retrospectivo pareado” e apresentado por Tiffany Gooden, da Universidade de Birmingham, no Reino Unido, em 19 de julho, na 11ª Conferência sobre a Ciência do HIV (IAS 2021), promovida pela International Aids Society, em julho.
Entre 2000 e 2020, 9.233 indivíduos que vivem com HIV e 35.712 pessoas HIV negativas foram selecionadas para participar do estudo. A idade média foi de 41 anos e um terço das participantes eram mulheres. Os grupos eram muito semelhantes em termos de índice de massa corporal, tabagismo e comorbidades. Havia diferenças em termos de etnia (22,5% dos indivíduos com HIV eram negros contra 3,8% dos HIV negativos) e status social (23,6% das pessoas com HIV viviam em bairros mais pobres contra 17,6% dos HIV negativos).
Até quatro pessoas HIV negativas foram pareadas com cada indivíduo infectado pelo vírus, com base na idade, sexo e práticas sexuais. A idade mínima para a inclusão no ensaio era de 18 anos.
O estudo revelou que as pessoas que vivem com HIV tiveram um risco aumentado de 54% para doença cardiovascular. Outras conclusões: os indivíduos com o vírus tiveram um risco 49% maior de acidente vascular cerebral e um risco aumentado de 59% de doença cardíaca isquêmica. A análise não identificou maior risco de doença vascular periférica, insuficiência cardíaca ou infarto do miocárdio, mas isso pode ter acontecido por falta de poder estatístico.
A mortalidade por todas as causas aumentou em mais de 50% para as pessoas que vivem com HIV.
Fonte: site do Aidsmap, de 19 de julho de 2021.
Link para o estudo: https://theprogramme.ias2021.org/Abstract/Abstract/1929