HIV, IST e Outros

Pesquisadores analisam alterações de peso após troca no tratamento antirretroviral

O ganho de peso após a troca para uma nova combinação antirretroviral contra o HIV é comum, mas costuma ser modesto e somente no primeiro ano após a mudança. Essa foi a conclusão de um estudo que revisou 12 grandes ensaios clínicos sobre o assunto. O trabalho foi publicado, em maio de 2021, na revista AIDS.

Um grupo internacional de pesquisadores, patrocinados pela Gilead Sciences, analisou as alterações de peso nesses ensaios clínicos prospectivos randomizados, nos quais os participantes mudaram para pelo menos um novo medicamento antirretroviral. Todos os envolvidos tinham cargas virais abaixo de 50 cópias/ml nos três meses que antecederam o momento da troca, consideradas, portanto, indetectáveis.

Quatro dos 12 ensaios clínicos revisados investigaram a mudança para Genvoya (elvitegravir, cobicistate, emtricitabina e TAF), quatro para Biktarvy (bictegravir, emtricitabina e TAF) e doispara Odefsey (rilpivirina, emtricitabina e TAF). Dois ensaios compararam a permanência em um regime contendo tenofovirdisoproxilfumarato (TDF) com a mudança para um dos regimes que continha TAF.

As características da população investigada foram semelhantes na maioria dos ensaios: aproximadamente 90% eram do sexo masculino, mais de 2/3 brancos e pelo menos 2/3 tinham 35 anos ou mais. Um dos ensaios de Biktarvy recrutou apenas mulheres e 37% de participantes negros, enquanto um dos ensaios de Genvoya inscreveu pessoas com mais de 60 anos.

O peso foi medido a cada 12 semanas. A análise dos dados mostrou que os participantes que trocaram de tratamento ganharam uma média de 1,6kg na semana 48 e 2kg na semana 96. Aqueles que permaneceram em seus regimes ganharam cerca de 0,4kg na semana 48 e 0,5kg na semana 96.

A proporção de participantes que eram obesos, nos grupos de troca, aumentou de 21% para 25%, mas permaneceu a mesma (21%) entre os que não mudaram o tratamento. Pessoas com 35 anos ou menos, durante a mudança de regime, ganharam mais peso do que as mais velhas.

Os pesquisadores concluíram que aquantidade de peso ganha pela maioria dos participantes foi mínima e é improvável que tenha qualquer impacto de longo prazo na saúde.

Fonte: site do Aidsmap, de 2 de junho de 2021.

(https://www.aidsmap.com/news/jun-2021/weight-gain-after-changing-treatment-more-likely-when-switching-efavirenz-or-old)

Link para o estudo: https://doi.org/10.1093/cid/ciab444