PrEP não protege contra Covid-19 nem torna a doença menos grave
A profilaxia pré-exposição (PrEP) ao HIV não oferece proteção contra a infecção pelo novo coronavírus nem melhora o curso da doença, afirma estudo realizado por pesquisadores do Hospital Clínico San Carlos, em Madri, Espanha, e publicado na revista on-line Open Forum Infectious Disease, em 25 de setembro passado.
Os participantes do estudo foram recrutados em uma clínica de saúde sexual, entre o início de maio e o final de julho de 2020. O recrutamento foi limitado a gays e mulheres trans. O primeiro grupo compreendeu 250 pessoas que não estavam tomando PrEP nem qualquer outro medicamento antirretroviral, enquanto o segundo reuniu 500 usuários da profilaxia, dos quais 401 tomavam tenofovir disoproxil fumarato (TDF) e 91 usavam tenofovir alafenamida (TAF).Os participantes que usavam PrEP eram ligeiramente mais velhos do que aqueles que não a usavam, com médias de idade de 37 e 35 anos, respectivamente.
A prevalência de anticorpos de Covid-19 foi de 9% no grupo sem PrEP e de 15% no grupo em uso da profilaxia. A prevalência praticamente não diferiu de acordo com o regime de PrEP. Cinquenta e sete por cento dos usuários da profilaxia que tiveram contato como vírusdesenvolveramsintomas da doença. Entre os que não tomavam PrEP, esse número subiu para 78%.
A duração média dos sintomas foi de nove dias para o grupo de PrEP e de 12 dias para o grupo sem a profilaxia. A análise de acordo com o tipo de PrEP mostrou que os sintomas duravam em média 13 dias entre os indivíduos que tomavam TAF, em comparação com sete dias para aqueles que faziam uso de TDF. Cinco pessoas com Covid-19 foram hospitalizadas, quatro das quais estavam em uso da PrEP. Um indivíduo que fazia uso de TAF foi internado em terapia intensiva.
Fonte: site do Aidsmap, de 19 de outubro de 2020.