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Análise da carga viral materna na transmissão vertical do HIV

Um crescente conjunto de evidências científicas garante o risco zero de transmissão do HIV, por via sexual, a partir de uma pessoa com supressão viral sustentada (carga viral inferior a 50 cópias/ml). Entretanto, ainda não é possível determinar se o mesmo acontece em casos de transmissão vertical, quando a mãe passa o vírus para o filho durante a gravidez, no parto ou na amamentação.

Estudo de revisão sistemática, conduzido por Caitlin Dugdale, do Hospital Geral de Massachusetts, em Boston, nos Estados Unidos, e outros pesquisadores, examinou o risco de transmissão vertical do HIV por meio da carga viral materna. O ensaio foi publicado, em 26 de julho de 20225, na revista The Lancet.

No total, 147 estudos, de diversos países, foram incluídos na análise, realizada de 2016 a 2024. Nesse período, investigaram-se dados de 82.723 pares mães-filhos. Todas as mulheres viviam com HIV. Os riscos de transmissão vertical encontrados foram de 0,2% para mães com carga viral menor que 50 cópias/ml, de 1,3% para mães com carga viral de 50 a 999 cópias/ml e de 5,1% para mães com carga viral acima de 1.000 cópias/ml.

Apenas cinco pesquisas monitoravam, com frequência, a terapia antirretroviral (TARV) realizada pelas participantes. De acordo com esses ensaios, das 4.675 mulheres em tratamento para o HIV, com carga viral inferior a 50 cópias/ml, nenhuma transmitiu o vírus para o filho.

Os autores destacam que a transmissão vertical do HIV foi considerada muito baixa, mas não nula, entre mulheres com carga viral indetectável. Eles destacam que os dados analisados, em grande parte provenientes de estudos sem monitoramento regular de cargas virais ou regimes de TAAV, são importantes, mas ainda insuficientes para ratificar a relação I = I (indetectável = intransmissível) durante a gravidez, o parto e a amamentação.

Fonte: site da The Lancet, de 26 de julho de 2025.

(https://www.thelancet.com/journals/lancet/article/PIIS0140-6736(25)00765-2/fulltext?rss=yes)