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Prestação de serviços de PrEP entre profissionais do sexo em Uganda

Na região da África Subsaariana, existem dados limitados sobre a administração da profilaxia pré-exposição (PrEP) ao HIV entre os profissionais do sexo. Estudo conduzido por Richard Muhindo, da Universidade Makerere, localizada na cidade de Kampala, em Uganda, e outros pesquisadores, explorou as preferências relacionadas à prestação de serviços de PrEP entre homens e mulheres profissionais do sexo de Uganda. A análise foi publicada, em 9 de outubro de 2025, na revista Plos Global Public Health.

Os investigadores conduziram, de outubro a dezembro de 2024, um experimento de escolha discreta com trabalhadores do sexo, HIV negativos, das cidades de Kampala e Mbarara. Os participantes responderam a questionários sobre localização dos serviços de dispensação de PrEP, tempo de espera pelo serviço, gênero do prestador de serviço e serviços adicionais (aconselhamento, rastreamento de câncer e infecções sexualmente transmissíveis, apoio psicossocial etc.).

No total, 215 voluntários foram incluídos na pesquisa, dos quais 79,3% eram do sexo feminino e 20,7% do masculino. Os homens eram mais propensos a ter o ensino superior completo (26,9% contra 4,5%), enquanto as mulheres praticavam sexo transacional há mais tempo (média de 24 meses contra média de 18 meses).

Pouco menos da metade (49,4%) relatou usar a PrEP oral diária, que é disponibilizada de maneira gratuita no país, no momento da inclusão no estudo. Desses, 77,3% informaram que migrariam para a modalidade injetável de longa duração da profilaxia, caso a mesma, hoje só encontrada na rede privada, também fosse acessada sem custos. Entre os não usuários de PrEP, a disposição de começar a utilizá-la foi maior entre os homens (67,3% contra 45,7%).

Com relação à localização dos serviços de dispensação da profilaxia, homens e mulheres disseram priorizar locais próximos de suas residências ou postos de trabalho. As mulheres foram mais propensas a valorizar a prestação de serviços adicionais (especialmente o apoio psicossocial), enquanto homens e mulheres não classificaram tempo de espera e gênero do prestador de serviço como questões importantes.

Os autores afirmam que o conhecimento dos serviços relacionados à PrEP oral diária é elevado entre as populações mais vulneráveis do país e acrescentam que a oferta da modalidade injetável de longa duração da profilaxia, por meio do setor privado, poderia melhorar a retenção dos profissionais do sexo ao medicamento. De acordo com eles, novos estudos são necessários para avaliar se esse público teria a disposição de pagar de forma integral ou parcialmente pelas injeções nas clínicas e farmácias de Uganda.

Fonte: site do Plos Global Public Health, de 9 de outubro de 2025.

(https://journals.plos.org/globalpublichealth/article?id=10.1371/journal.pgph.0004798)