TARV de longa duração tem resultados promissores no continente africano
Na região da África Subsaariana, mais de 1,3 milhão de pessoas em terapia antirretroviral ao HIV (TARV) não apresentam supressão viral e uma nova opção de tratamento com medicamentos injetáveis de longa duração pode vir a beneficiar essa população.
Estudo conduzido por Fiona Cresswell, da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, no Reino Unido, e outros pesquisadores, investigou a eficácia e a segurança do tratamento baseado no cabotegravir associado à rilpivirina (CAB/RPV), injetável de longa duração, em pessoas que vivem com HIV na África do Sul, Uganda e Quênia. A análise foi apresentada, em forma de pôster, na 13ª Conferência da Internacional AIDS Society (IAS 2025), realizada, de 13 a 17 de julho, em Kigali, Ruanda.
Foram considerados elegíveis para a pesquisa aqueles que frequentassem clínicas locais de tratamento do HIV e registrassem cargas virais superiores a 1.000 cópias/ml em virtude de uma má adesão a comprimidos diários de dolutegravir. Os participantes foram randomizados para receber uma injeção de CAB/RPV a cada dois meses ou continuarem com os comprimidos diários. Todos passaram a ter a adesão à TARV monitorada pela equipe do estudo.
Dos 540 voluntários incluídos na análise, de janeiro de 2023 a janeiro de 2024, 60% eram do sexo feminino e 99,6% negros. A média de idade foi de 40 anos. Durante o período de 48 semanas, 91,4% dos participantes do grupo de CAB/RPV atingiram a supressão viral (carga viral inferior a 200 cópias/ml), em comparação com 89,2% dos voluntários do grupo da TARV diária.
As taxas de falha virológica foram consideradas baixas em ambos os grupos: 1,9% entre os usuários de CAB/RPV e 0,3% entre os que tomavam o dolutegravir diário. Todos os participantes que apresentaram rebote viral foram mantidos na pesquisa e alcançaram novamente a supressão do vírus.
No total, 96,3% do grupo de CAB/RPV se disseram satisfeitos ou muito satisfeitos com a terapia injetável de longa duração. Não foi registrado nenhum caso de efeito colateral grave entre os que receberam as injeções. As reações mais comuns foram dores leves ou vermelhidão no local das aplicações.
Segundo os autores, a TARV baseada no CAB/RPV injetável de longa duração se mostrou altamente segura e não inferior ao tratamento oral diário com dolutegravir. Eles ressaltam que a terapia de longa duração tem o potencial de desempenhar um papel inovador nas estratégias de saúde pública do continente africano.
Fonte: site da IAS 2025, de 17 de julho de 2025.
(https://programme.ias2025.org/Abstract/Abstract/?abstractid=6781)



