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Iniciação e adesão à PrEP entre mulheres cisgênero negras norte-americanas

Embora a profilaxia pré-exposição (PrEP) seja comprovadamente eficaz na prevenção do HIV, as taxas de iniciação e a adesão ao medicamento permanecem abaixo da esperada entre as mulheres negras cisgênero norte-americanas.

Estudo conduzido por Deja Knight, da Escola de Saúde Pública Johns Hopkins, em Baltimore, Estados Unidos, e outros pesquisadores, avaliou as experiências dessas mulheres com o estigma e a falta de apoio social (afeto, conselhos, dinheiro etc.) relacionados ao acesso à PrEP e outras estratégias de prevenção do vírus. A análise foi publicada, em 23 de setembro de 2025, na revista Physician’s Weekly.

Foram incluídas na análise, de novembro de 2021 a julho de 2022, 45 mulheres maiores de 18 anos, HIV negativas, que frequentavam uma clínica de saúde sexual, situada na cidade de Jackson, no Mississipi. No momento da inclusão, todas as participantes tiveram que informar se eram “virgens” (sem experiência prévia) ou “experientes” (usuárias ou ex-usuárias) em PrEP.

No total, 37 mulheres “virgens” na profilaxia participaram de seis grupos focais e oito mulheres “experientes” responderam a entrevistas individuais semiestruturadas. Três temas relevantes foram identificados nas atividades: (1) racismo de gênero e estigma sexual associados às estratégias de prevenção do HIV; (2) estigma relacionado à PrEP; (3) papel do apoio social na iniciação e adesão ao medicamento.

Ao final da pesquisa, as voluntárias “virgens” e “experientes” na profilaxia relataram que o racismo de gênero (discriminação de mulheres negras) e o estigma sexual (preconceito com mulheres lésbicas e bissexuais) são as principais barreiras de acesso aos locais de testagem do HIV e de dispensação de PrEP.

Além disso, as mulheres “virgens” na profilaxia afirmaram que o estigma associado à profilaxia comumente as impede de acessar ou iniciar o uso do medicamento, enquanto as participantes “experientes” em PrEP citaram a ausência de apoio social, principalmente por parte de parceiros e familiares, como o motivo mais comum para uma possível baixa adesão ou descontinuidade.

Para os autores, o foco no apoio social e em estratégias para mitigação do estigma podem elevar as taxas de iniciação e adesão à PrEP entre mulheres negras norte-americanas e, consequentemente, reduzir o número de novas infecções pelo HIV no país. Eles ressaltam a importância de se educar a população e treinar os profissionais de saúde para que as pessoas em maior vulnerabilidade social alcancem um acesso mais equitativo às ferramentas de prevenção do vírus.

Fonte: site da Physician’s Weekly, de 23 de setembro de 2025.

(https://www.physiciansweekly.com/post/stigma-lack-of-support-hinder-black-womens-access-to-prep)