Um estudo transversal investigou a aceitabilidade e a usabilidade do autoteste via coleta de saliva para hepatite C entre usuários da Atenção Primária no Rio de Janeiro. Publicado na edição de julho/agosto do Brazilian Journal of Infectious Diseases, o estudo foi conduzido por Hugo Perazzo, pesquisador do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, da Fiocruz/RJ, e outros colaboradores*.

Os usuários do serviço de Atenção Primária foram convidados a participar do estudo de julho de 2022 a setembro de 2022, totalizando 685 voluntários de 18 a 79 anos. As instruções para o autoteste foram fornecidas por meio de vídeo e material visual e escrito. A usabilidade foi avaliada por erros no manuseio e pela necessidade de assistência profissional.

Os resultados demonstraram alta aceitabilidade, com 99% dos voluntários afirmando que recomendariam o autoteste para alguém e que o realizariam novamente. Os erros mais comuns observados foram a coleta incorreta de amostras e a colocação inadequada do material coletado no tubo. Um total de 35,6% dos participantes precisou de assistência profissional em ao menos um momento da realização do autoteste.

Ainda assim, a alta aceitabilidade demonstrou que o autoteste via coleta de saliva para hepatite C é uma opção viável. O estudo contribui assim para reforçar o potencial dessa estratégia como ferramenta de ampliação do acesso ao diagnóstico da infecção.

Link para o artigo: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1413867025000455?via%3Dihub

* Autores do artigo:

Hugo Perazzo (1), Cristiane Nogueira (2), Maria Gomes (3), Andre Daher (4), Cristiane Valle (4), Ketiuce Zukeram (1), Ana Cristina Ferreira (5), Karen Tonini (5), Elton Almeida (5), Sandra Cardoso (1), Beatriz Grinsztejn (1) e Valdiléa Veloso (1).

(1) Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, Fiocruz, Rio de Janeiro, Brasil

(2) Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, Faculdade de Medicina, Departamento de Medicina Interna, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil

(3) Faculdade de Medicina, Departamento de Medicina em Atenção Primária à Saúde, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil

(4) Plataforma de Pesquisa Clínica Fiocruz, Vice-presidência de Pesquisa e Coleções Biológicas, Fiocruz, Rio de Janeiro, Brasil

(5) Departamento de HIV/Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis, Ministério da Saúde, Brasília, Brasil.