Violência entre homens cisgênero de minorias sexuais e o uso de PrEP
Homens cisgênero pertencentes a minorias sexuais relatam casos de violência por parte dos parceiros íntimos em taxas comparáveis ou até maiores às de mulheres cisgênero heterossexuais. Estudo conduzido por Erik Storholm, da Universidade Estadual de San Diego, nos Estados Unidos, e outros pesquisadores*, investigou a relação entre a violência perpetrada pelos parceiros íntimos e o uso da profilaxia pré-exposição (PrEP) ao HIV em homens cisgênero de minorias sexuais norte-americanos. O ensaio foi publicado, em 24 de junho de 2025, na revista Springer Nature.
De janeiro de 2021 a dezembro de 2023, os pesquisadores realizaram pesquisa junto ao público estudado, recrutado por meio de anúncios na internet. Os participantes foram avaliados quanto à violência praticada pelos parceiros íntimos, de acordo com uma escala que levava em conta a homonegatividade (reações negativas à homossexualidade) internalizada, à discriminação da orientação sexual e o estigma enfrentado pelos usuários de PrEP. O uso atual da profilaxia foi medido por meio de autorrelato e confirmado em testes com amostras de sangue seco.
Dos 500 voluntários incluídos na análise, 25% disseram sofrer com episódios de violência perpetrada pelos parceiros íntimos e apenas 9% informaram o uso atual de PrEP. A maioria dos casos de violência foram relacionados à “identidade” dos participantes (ameaça física ou verbal de revelar a orientação sexual do parceiro para familiares, amigos ou colegas de trabalho) e relatados pelos não usuários de PrEP.
Os episódios de violência praticados pelos parceiros íntimos foram associados a maior homonegatividade internalizada, maior discriminação da orientação sexual e maior estigma relacionado à PrEP. Uma análise baseada em regressão logística revelou que quanto menores a homonegatividade internalizada e o estigma, maiores as chances de utilização da profilaxia e com menos casos de violência perpetrada pelos parceiros íntimos registrados.
Entre as conclusões, o estudo destaca que a homonegatividade internalizada e o estigma relacionado à PrEP são mediadores críticos da relação entre a violência praticada pelos parceiros íntimos e os homens cisgênero de minorias sexuais norte-americanos. Eles ressaltam a necessidade de políticas públicas que visem melhorar o acesso à profilaxia e de intervenções que promovam a equidade de saúde entre essa população.
Fonte: site da Springer Nature, de 24 de junho de2025.
(https://link.springer.com/article/10.1007/s10461-025-04802-y)