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Educação comunitária do ImPrEP CAB Brasil/Salvador realiza roda de conversa com estudantes de psicologia

O projeto ImPrEP CAB Brasil, que visa buscar subsídios para a inclusão do cabotegravir injetável de longa duração como profilaxia pré-exposição (PrEP) no Sistema Único de Saúde, conta com aliados poderosos na divulgação de alternativas para enfrentar a disseminação do HIV. Trata-se do componente da educação comunitária, formada por educadores e educadoras de pares, também conhecidos como EPs, que trabalham nos centros de estudo de seis cidades brasileiras onde o projeto vem sendo desenvolvido (São Paulo, Rio, Salvador, Florianópolis, Manaus e Campinas).

Exemplo disso são os EPs da capital baiana, Uilian Ferreira e Ranna Danielle, interlocutores das ações junto a seus pares, de gays, bissexuais e outros homens que fazem sexo com homens e de travestis/mulheres trans, respectivamente (na foto, a seguir). Recentemente, a dupla esteve à frente de uma importante atividade: atuaram como facilitadores de uma roda de conversa sobre diversidade sexual e de gênero e prevenção combinada junto a 20 estudantes de graduação em Psicologia, da Universidade Estácio, realizada no dia 5 de junho de 2025. 

“O principal objetivo foi promover um espaço de diálogo e escuta sobre esses temas, ampliando o conhecimento dos estudantes sobre diferentes estratégias de prevenção às infecções sexualmente transmissíveis (IST), HIV e o letramento LGBTQIAPN+”, informa Uilian.

Durante a roda de conversa, foram discutidos temas como conceito de prevenção combinada, métodos de barreira (preservativo interno e externo), testagem regular para IST, profilaxia pré e pós-exposição (PrEP e PEP) ao HIV, vacinação (Hepatite B e HPV), redução de danos, autocuidado para saúde sexual e reprodutiva. “Também foram abordadas questões ligadas a terminologias sobre gênero e sexualidade com um diálogo sobre respeito ao nome social, transição social de gênero, utilização correta dos pronomes das pessoas, transgeneridade e terapia hormonal para pessoas trans”, esclarece Ranna.

Resultados positivos

De acordo com os EPs, os estudantes participaram de forma ativa, demonstrando interesse, dúvidas, e relatando experiências sobre as temáticas abordadas. Foram impressos cards com as estratégias contidas na mandala da prevenção e, durante a atividade, um estudante pegava um card e respondia a perguntas sobre determinada estratégia de prevenção: O QUE É? PARA QUEM É INDICADO? ONDE ENCONTRAR?

“Essa estratégia tornou a atividade mais dinâmica e participativa, pois iam surgindo dúvidas e outros estudantes iam interagindo a partir das suas vivências, experiências e conhecimentos”, comenta Uilian. Ranna complementa: “Durante a atividade tiveram falas marcantes de estudantes LGBT+ que trouxeram vivências, experiências e dialogaram sobre as violências e vulnerabilidades que a comunidade encontra, enriquecendo mais ainda o debate sobre o respeito as condições de vida das pessoas e a redução dessas vulnerabilidades”.

A roda de conversa foi avaliada como positiva, proporcionando um momento de troca de saberes e fortalecimento do protagonismo juvenil na promoção da saúde. As sugestões levantadas para as próximas rodas incluirão aprofundar temas, envolver mais turmas de outros cursos e trazer profissionais multidisciplinares. A atividade reforçou, ainda, a importância de espaços educativos que abordem a prevenção e diversidade sexual e de gênero de forma acolhedora, acessível e livre de julgamentos.

O sucesso da iniciativa pode ser medido pelo depoimento da aluna Maraís Bispo Ribeiro: “É de extrema importância que rodas de conversa e debates como esse sejam realizados e incentivados entre os estudantes de psicologia, pois reforçam o nosso compromisso ético e político enquanto profissionais da área. Aprendemos muito sobre a história e dificuldades atuais que a população LGBTQIAPN+ enfrenta para ter acesso digno à saúde. Foi um evento muito rico e gratificante que nos agregou bastante conhecimento”.