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Transmissão perinatal ou via sexual: diferenças entre jovens adultos com HIV na região da Ásia-Pacífico

Estudo publicado em 8 de abril de 2025, no Journal of the International AIDS Society,examinou as diferenças nos resultados relacionados ao HIV entre jovens adultos, da região da Ásia-Pacífico, que adquiriram o vírus por transmissão perinatal (que ocorre durante a gravidez, no parto ou na amamentação) ou via sexual. O ensaio foi conduzido por Phatharajit Phatharodom, da Universidade Mahidol, em Bangkok, na Tailândia, e outros pesquisadores.

Os investigadores utilizaram informações de 12 países da região (Camboja, China, Índia, Indonésia, Japão, Malásia, Filipinas, Cingapura, Coreia do Sul, Taiwan, Vietnã e Tailândia), obtidas por intermédio do Consórcio de Dados Internacionais de Epidemiologia para Avaliar a Aids (IeDEA). Foram considerados elegíveis para a pesquisa jovens adultos que, aos 18 e aos 25 anos, estivessem vivendo com HIV e fizessem a terapia antirretroviral (TARV) há pelo menos um ano.

De 2001 a 2021, foi incluído um total de 1.333 pessoas com 18 anos, das quais 96% adquiriram o HIV por meio da transmissão perinatal (sendo 46% do sexo masculino). Das 305 pessoas com 25 anos incluídas, 27% contraíam o vírus via transmissão perinatal (sendo 75% do sexo masculino).

Entre os participantes com 18 anos, aqueles que adquiriram o HIV por intermédio da transmissão perinatal, quando comparados com os que contraíram o vírus por via sexual, tinham um tempo médio maior de uso de TARV (10 contra 4 anos), possuíam uma contagem média de CD4 maior (606 células/mm³ contra 462 células/mm³), eram, em média, mais baixos (1,58 m contra 1,66 m) e apresentavam mais quadros de hipercolesterolemia (níveis elevados de colesterol no sangue) e hipertrigliceridemia (níveis elevados de triglicerídeos no sangue).

No grupo de voluntários com 25 anos, os que adquiriram o HIV por transmissão perinatal, em comparação com aqueles que contraíram o vírus por via sexual, registravam um tempo médio maior de TARV (15 contra 3 anos), altura média menor apenas entre as mulheres (1,65 m contra 1,69 m) e um número maior de diagnósticos de hipertrigliceridemia. Não foram registradas diferenças significativas nas contagens de CD4 e nos casos de hipercolesterolemia.

As taxas de supressão viral foram consideradas altas (89% entre os participantes com 18 anos e 91% entre os com 25 anos) e praticamente não variaram de acordo com o modo de aquisição do HIV. Viver na Tailândia e usar regimes de TARV baseados em inibidores da integrase ou em inibidores da protease foram fatores fortemente associados à supressão viral.

Segundo os autores, os jovens adultos da região da Ásia-Pacífico que vivem com HIV tendem a apresentar um crescimento mais atrofiado, quando comparados com a população HIV negativa, e altas taxas de supressão viral, independentemente da forma como adquiriram o vírus. Eles ressaltam que são necessárias a elaboração de novas políticas públicas para melhorar a qualidade do tratamento do vírus entre esse público.

Fonte: site do Journal of the International AIDS Society, de 8 de abril de 2025.

(https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/jia2.26400)