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A Conferência Internacional de Aids 2026 será no Rio de Janeiro, em julho

A Sociedade Internacional de Aids (IAS), com sede em Genebra, anunciou hoje (3/6) que a 26ª Conferência Internacional de Aids (AIDS 2026) acontecerá no Rio de Janeiro (RJ) – 25 a 30 de julho de 2026 – de forma presencial e também virtual, como tem sido nas últimas edições.

O evento reúne as maiores autoridades no campo da pesquisa e das ciências médicas, além de lideranças comunitárias e de pessoas vivendo com HIV, gestores e representantes da sociedade civil. Os organizadores esperam reunir entre 7 mil e 10 mil participantes. Esta é a primeira vez que a Conferência será realizada na América do Sul.

No Brasil, o anúncio oficial da realização da AIDS 2026, será feito hoje, a partir das 17h, na abertura do XV Congresso da Sociedade Brasileira de DST que acontece no Centro de Convenções Expo Mag, na Cidade Nova, no Rio de Janeiro.

O evento contará com a presença do ministro da Saúde, Alexandre Padilha; da presidente da IAS, Beatriz Grinsztejn; da pesquisadora titular do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, da Fiocruz/RJ, Valdiléa Veloso; do diretor do Departamento de HIV/Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis do Ministério da Saúde, Draurio Barreira; do secretário de Saúde do Município do Rio de Janeiro, Daniel Soranz; entre outras autoridades.

“Estamos em um ponto de virada crítico na resposta ao HIV, com mudanças na dinâmica geopolítica e incertezas de financiamento ameaçando décadas de progresso”, disse Beatriz Grinsztejn, presidente da IAS e copresidente internacional da AIDS 2026. Ela chama atenção para o fato de a Conferência acontecer quando estaremos a quatro anos do prazo final para o alcance das metas globais estipuladas pela ONU para o HIV. “A apenas quatro anos do prazo de 2030 para as metas globais, a resposta ao HIV está em jogo. Uma resposta ao HIV baseada em evidências, resiliente e totalmente financiada exige que repensemos, reconstruamos e nos reergamos”.

Avanços significativos

A presidente da IAS reconhece que foram feitos avanços significativos, “mas a resposta ao HIV precisa urgentemente se adaptar, inovar e reforçar soluções impulsionadas pela comunidade para manter o acesso à prevenção, ao tratamento e aos cuidados. Como a maior conferência do mundo que reúne pessoas afetadas pelo HIV e trabalhando com o tema, a AIDS 2026 será fundamental para proteger o progresso que alcançamos e traçar um caminho a seguir, juntos”, afirma Grinsztejn que, além de ser atual presidente da IAS, chefia o Laboratório de Pesquisa Clínica em IST, HIV/Aids (LapClin Aids) do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, da Fiocruz e é pesquisadora principal do estudo ImPrEP CAB Brasil.

O Brasil há muito tempo se compromete com uma abordagem para o HIV baseada na ciência e nos direitos humanos, e foi o primeiro país de baixa ou média renda a oferecer acesso gratuito à terapia antirretroviral de alta potência para pessoas vivendo com HIV no final da década de 1990. O país participou de importantes estudos sobre o vírus, incluindo o HPTN 083 e o PURPOSE 2, que demonstraram alta eficácia dos injetáveis ​​de ação prolongada cabotegravir e lenacapavir para a prevenção do HIV, e o ensaio da vacina Mosaico. Também coordena grandes estudos de implementação da profilaxia pré-exposição ao HIV (PrEP), como os projetos ImPrEP, o ImPrEP CAB Brasil e o ImPrEP LEN.

“O Brasil fez progressos notáveis ​​em sua resposta ao HIV, particularmente na área de prevenção”, disse o copresidente local da AIDS 2026, Draurio Barreira, diretor do Departamento de HIV/AIDS, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis do Ministério da Saúde. “Adotamos a política Tratar Todos em 2013 e implementamos a profilaxia pré-exposição ao HIV em 2018, o que resultou em uma queda de 18% nas mortes relacionadas à aids desde 2010. Nosso Sistema Único de Saúde amorteceu o impacto mais amplo da crise de financiamento, tornando o Brasil um cenário ideal para repensar a resposta global ao HIV na AIDS 2026.”

Dados do Programa Conjunto das Nações Unidas para a Aids (UNAIDS) mostram progresso desigual na América Latina. O número de mortes relacionadas à aids caiu 28% desde 2010, mas aumentou entre as mulheres em vários países. As infecções por HIV aumentaram 9% entre 2010 e 2023, e 20% entre homens que fazem sexo com homens (HS), 42% entre profissionais do sexo e 19% entre mulheres trans.

“Realizar a AIDS 2026 na América Latina nos dá a chance de chamar a atenção para os mais negligenciados “Grupos”, disse a copresidente regional Claudia Cortes, membro do Conselho Administrativo da IAS e professora associada da Universidade do Chile. “Isso inclui populações migrantes e refugiadas, bem como comunidades indígenas — a América Latina abriga cerca de 500 grupos étnicos. Também destacaremos a situação das mulheres em uma região onde a epidemia afeta predominantemente homens e onde muitas mulheres afetadas permanecem invisíveis e ignoradas.”

O presidente-executivo do Visit Rio, Carlos Werneck, destacou a importância do Rio de Janeiro sediar um evento de tal magnitude.  “Receber o Congresso Mundial de Aids em 2026 é motivo de grande orgulho para o Visit Rio e para a cidade. Estamos diante um evento de enorme relevância para a agenda global da saúde, e será uma honra ser palco para uma discussão tão importante”, afirmou

A AIDS 2026 reunirá cientistas renomados, formuladores de políticas, ativistas de base e pessoas vivendo com HIV, ou trabalhando com o tema. Para garantir amplo acesso, o IAS apoiará a participação por meio de um programa abrangente de bolsas de estudo e taxas de inscrição com descontos significativos para jovens e delegados de países de baixa renda. Também oferecerá acesso online gratuito a todas as principais sessões dois meses após a conferência.

A conferência conta com o apoio da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), do Ministério da Saúde do Brasil, da Prefeitura da cidade do Rio de Janeiro, Visit Rio Convention Bureau e da Associação Brasileira Interdisciplinar da Aids (Abia). As inscrições para o AIDS 2026 serão abertas em novembro de 2025. Para mais informações sobre o AIDS 2026, visite
www.aids2026.org.

Sobre a Sociedade Internacional de Aids

A IAS (International AIDS Society) reúne, educa e defende um mundo em que o HIV não represente mais uma ameaça à saúde pública e ao bem-estar individual. Após o surgimento do HIV e da aids, cientistas preocupados criaram a IAS para reunir especialistas de todo o mundo e de diferentes áreas para promover uma resposta coordenada ao HIV. Hoje, a IAS e seus membros unem cientistas, formuladores de políticas e ativistas para galvanizar a resposta científica, construir solidariedade global e aprimorar a dignidade humana de todos aqueles que vivem com o HIV e são afetados por ele. A IAS também organiza as conferências mais prestigiadas do mundo sobre HIV: a Conferência Internacional de Aids, a Conferência da IAS sobre Ciência do HIV e a Conferência de Pesquisa do HIV para Prevenção.

Sobre a Conferência Internacional de AIDS
A Conferência Internacional de Aids é a principal plataforma global para o avanço da resposta ao HIV. Como a maior conferência mundial sobre HIV e AIDS, ela se situa de forma única na intersecção entre ciência, política e advocacy, reunindo pesquisadores, formuladores de políticas, profissionais de saúde, pessoas vivendo com HIV, financiadores, mídia e comunidades. Desde sua criação em 1985, a conferência tem servido para fortalecer políticas e programas que garantem uma resposta baseada em evidências ao HIV e epidemias relacionadas. A AIDS 2026 acontecerá no Rio de Janeiro, Brasil, e virtualmente de 25 a 30 de julho de 2026. Espera-se a participação de 7 mil a 10 mil pessoas.