HIV, IST e Outros

Doença arterial coronariana é incomum em pessoas que vivem com HIV na África

Estudo conduzido por Mark J. Siedner, do Hospital Geral de Massachusetts, em Boston, nos Estados Unidos, e outros pesquisadores, teve como principal objetivo relacionar a infecção pelo HIV à doença arterial coronariana em pacientes de Uganda e da África do Sul. O ensaio foi apresentado, em forma de pôster, na 32ª Conferência sobre Retrovírus e Infecções Oportunistas 2025 (CROI), realizada de 9 a 12 de março, em São Francisco, nos Estados Unidos.

A análise buscou pessoas vivendo com HIV, maiores de 40 anos e em terapia antirretroviral há pelo menos três anos, em clínicas públicas de diversas cidades de Uganda e da África do Sul. Pessoas HIV negativas foram recrutadas por meio do censo populacional de ambos os países.

De novembro de 2021 a novembro de 2023, 586 participantes foram incluídos no estudo (287 no grupo de pessoas com HIV e 299 no grupo de pessoas HIV negativas). Entre os voluntários vivendo com o vírus, 52% possuíam contagens de CD4 superiores a 500 cópias/mm³ e 95% apresentavam supressão viral (carga viral inferior a 50 cópias/ml).

Os dois grupos registraram a mesma média de idade (57 anos), a mesma proporção de pessoas do sexo feminino (49%) e uma pontuação de risco semelhante para o desenvolvimento de doença arterial coronariana em dez anos (3,4 para o de pessoas vivendo com HIV e 4,1 pontos para o de HIV negativas).

Durante o período de acompanhamento, a prevalência geral de doença arterial coronariana foi considerada baixa (6,7%) e similar entre os pesquisados vivendo com o vírus e as pessoas HIV negativas (8,1% e 6,4%, respectivamente). Os principais fatores de risco para a doença arterial coronariana foram hipertensão, obesidade, tabagismo e consumo excessivo de bebidas alcoólicas.

De acordo com os autores, não foi encontrada diferença significativa na incidência de doença arterial coronariana entre pessoas com ou sem HIV. Eles destacam que essas descobertas confirmam estudos anteriores que classificavam a doença arterial coronariana como uma causa secundária de mortalidade entre pacientes que vivem com o vírus no continente africano.

Fonte: site da CROI, de 10 de março de 2025.

(https://www.croiconference.org/abstract/133-2025/)