Regime à base de doravirina/islatravir não é inferior a tratamento padrão do HIV
Estudo conduzido por Amy Colson, da Community Research Initiative, em Boston, nos Estados Unidos, e outros pesquisadores, concluiu que um regime antirretroviral contendo doravirina associado ao islatravir (DOR/ISL) não é inferior a um tratamento padrão do HIV nos Estados Unidos, baseado no bictegravir associado à emtricitabina e fumarato de tenofovir alafenamida (BIC/FTC/TAF). O ensaio foi apresentado, em forma de pôster, na 32ª Conferência sobre Retrovírus e Infecções Oportunistas (CROI), realizada de 9 a 12 de março de 2025, em São Francisco, nos Estados Unidos.
Foram considerados elegíveis para o estudo pessoas maiores de 18 anos que tivessem o vírus suprimido por pelo menos três meses e que não apresentassem nenhuma mutação de resistência aos medicamentos da análise. Os participantes foram randomizados para continuar em um tratamento à base de BIC/FTC/TAF ou para mudar para um regime baseado em DOR/ISL.
No total, 513 pessoas que viviam nos EUA foram incluídas na pesquisa, realizada de 2023 a 2024. Dessas, 171 continuaram tomando BIC/FTC/TAF e 342 mudaram para um regime contendo DOR/ISL. Pouco mais de um quinto dos voluntários (21,4%) foram designados como mulheres no nascimento, 60,8% eram brancos, 30,8% negros/afro-americanos e 22,8% latinos. A média de idade da amostra foi de 47 anos.
Ao final da 48ª semana de acompanhamento, apenas cinco participantes (1,5%) do grupo de DOR/ISL e uma pessoa (0,6%) do grupo de BIC/FTC/TAF apresentaram rebote viral. Para os investigadores, esse dado comprova a não inferioridade do tratamento à base de DOR/ISL em relação à BIC/FTC/TAF.
Um voluntário do grupo de DOR/ISL descontinuou a terapia antirretroviral devido à falta de eficácia do tratamento, mas não foram detectadas mutações de resistência às substâncias. Dois participantes de cada grupo deixaram o estudo por causa da diminuição repentina da contagem de células CD4 (abaixo de 200 células/mm³).
Segundo os autores, o regime baseado em DOR/ISL manteve a supressão viral e não demonstrou inferioridade em relação ao tratamento com BIC/FTC/TAF. Eles ressaltam que as duas combinações avaliadas foram bem toleradas e apresentaram perfis de segurança semelhante.
Fonte: site da CROI, de 9 de março de 2025.