PrEP 1519: criação de demandas da profilaxia entre adolescentes de São Paulo
O PrEP1519 é um estudo desenvolvido em três capitais brasileiras (Salvador Belo Horizonte e São Paulo), junto a adolescentes de 15 a 19 anos que se identifiquem como mulheres transgênero, travestis, homens cisgêneros gays, bissexuais e outros homens que fazem sexo com homens (HSH) ou pessoas não-binárias, visando a avaliar a efetividade da profilaxia pré-exposição (PrEP) ao HIV e contribuir com a diminuição da incidência do HIV nas populações-alvo do estudo.
Estudo conduzido por Natacha Cerchiari, da Universidade de São Paulo, e outros pesquisadores, buscou examinar os resultados de saúde e os custos de diferentes estratégias usadas para criar demandas de PrEP para adolescentes residentes em São Paulo. O ensaio foi publicado, em 13 de fevereiro de 2025, no site da BMC Health Services Research.
De janeiro de 2019 a dezembro de 2021, a análise se debruçou sobre seis estratégias de criação de demandas de PrEP: chatbot (programa de computador, criado por inteligência artificial, que simula conversas com usuários), aplicativos de namoro, mídias sociais, locais de socialização, ONGs e encaminhamentos diretos.
O principal resultado avaliado pelos investigadores foi a “taxa de iniciação de PrEP”, que representava a quantidade de jovens abordados por cada estratégia de criação de demanda que aceitaram iniciar a profilaxia. A análise de custos incluiu despesas diretas relacionadas a pessoas, materiais promocionais, testes, equipamentos e serviços.
A estratégia com a maior taxa de iniciação de PrEP foi a de mídias sociais (2,97% das pessoas abordadas com essa estratégia iniciaram a profilaxia), seguida pela estratégia de locais de socialização (2,05%). A estratégia de encaminhamentos diretos teve a menor taxa de iniciação de PrEP (0,36%).
O custo médio por participante incluído variou de US$ 100,74 para a estratégia de encaminhamentos diretos a US$ 5.572,00 para a estratégia de chatbot. A estratégia de ONGs foi a que apresentou o menor custo total: US$ 10.809,80.
De acordo com os autores, a implementação das estratégias de criação de demandas de PrEP mais bem-sucedidas (mídias sociais e locais de socialização) tem o potencial de aumentar o número de usuários da profilaxia e, consequentemente, reduzir a incidência do HIV entre HSH, mulheres trans, travestis e pessoas não-binárias. Eles ressaltam que as descobertas do estudo podem contribuir para um planejamento eficaz de programas de prevenção que priorizem as populações mais afetadas pelo vírus.
Fonte: site da BMC Health Services Research, de 13 de fevereiro de 2025.
(https://bmchealthservres.biomedcentral.com/articles/10.1186/s12913-025-12398-1)