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Performance de dois testes rápidos para Covid-19 em Salvador

À medida que novos testes de diagnóstico rápido para Covid-19 são desenvolvidos, é crucial que sejam avaliados. Isso permite que novas opções sejam comparadas com as já adotadas como padrão pelos serviços de saúde, considerando acurácia, custo-efetividade e possível substituição de tecnologias.

Um artigo publicado na edição de junho de 2024 no periódico Plos One avaliou o desempenho de dois novos testes rápidos de detecção de antígeno para infecção por Covid-19. Conduzido por Diana Zeballos, da Universidade Federal da Bahia e outros autores, entre eles pesquisadores do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, da Fiocruz/RJ*, o estudo foi realizado em locais de vulnerabilidade socioeconômica em Salvador, e incluiu pessoas com idade igual ou superior a 12 anos que compareceram aos serviços de atenção primária à saúde de julho a dezembro de 2022 com sintomas de Covid-19 ou que tiveram contato com um caso confirmado. No total, 436 pessoas foram incluídas, dos quais 148 tiveram casos confirmados.

Dois novos testes foram comparados: o PanbioTMCovid-19 AG (Abbott®) e o Immuno-Rapid Covid-19 Ag (WAMA Diagnostic®), o primeiro fabricado na Alemanha e o segundo no Brasil. Quanto aos resultados da avaliação, o WAMA apresentou sensibilidade de 53,4%, ligeiramente superior ao Abbot (52,7%). A sensibilidade de um teste diagnóstico se refere à capacidade de identificar corretamente pessoas infectadas.

O estudo concluiu que a sensibilidade de ambos os testes analisados foi baixa, sendo inclusive menor do que aquela informada pelos fabricantes e com um desempenho inferior ao recomendado pela Organização Mundial da Saúde. Ainda assim, o desempenho dos testes avaliados se mostrou na média em comparação com outros testes rápidos disponíveis.

O fato de o teste WAMA ser fabricado no Brasil, com um custo menor e oferecer desempenho semelhante aos demais faz dele uma opção atrativa. Segundo concluem os autores do artigo, o WAMA oferece uma alternativa viável, especialmente considerando cenários com recursos limitados.

Link do artigo: https://journals.plos.org/plosone/article?id=10.1371/journal.pone.0298579

Autores do artigo:

Diana Zeballos (1), Laio Magno (1), Thais Rossi (2), Fabiane Soares (1), Jony Pinto Junior (3), Orlando Ferreira (4), Carina Santos (5), Joice Reis (5), Thiago Torres (6), Valdiléa Veloso (6) e Inês Dourado (1).

(1) Instituto de Saúde Coletiva, Universidade Federal da Bahia, Salvador, Brasil.

(2) Departamento de Ciências da Vida, Universidade do Estado da Bahia, Salvador, Brasil.

(3) Departamento de Estatística, Universidade Federal Fluminense, Niterói, Brasil.

(4) Laboratório de Virologia Molecular, Instituto de Biologia, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil.

(5) Departamento de Análises Clínicas e Toxicológicas, Faculdade de Farmácia, Universidade Federal da Bahia, Salvador, Brasil.

(6) Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, Fiocruz, Rio de Janeiro, Brasil.