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Uso de PrEP por raça/etnia entre pessoas transgênero dos EUA

Embora a profilaxia pré-exposição (PrEP) ao HIV seja eficaz na redução da taxa de infecção pelo vírus, ainda existem diversas disparidades em sua utilização. Entre a população de pessoas transgênero, o uso da PrEP, nos Estados Unidos, é particularmente baixo nos grupos raciais/étnicos considerados minoritários.

Análise conduzida por Deesha Patel, do Centro de Controle de Doenças (CDC) dos EUA, sediado em Atlanta, e outros pesquisadores, examinou indicadores relativos à utilização da PrEP por raça/etnia nessa população específica, tendo sido apresentada, em forma de pôster, na 25ª Conferência Internacional sobre AIDS (AIDS 2024), realizada, de 22 a 26 de julho, em Munique, na Alemanha.

De 2019 a 2021, os pesquisadores analisaram os seguintes indicadores de desempenho disponibilizados pelo Programa Nacional para Pessoas Trans, financiado pelo CDC: uso atual de PrEP, elegibilidade para a profilaxia entre aqueles que não a estavam utilizando e encaminhamento para um provedor de PrEP entre os indivíduos elegíveis para o seu uso. Para comparar cada indicador por raça/etnia foram calculadas razões de prevalência ajustadas.

A prevalência do uso da PrEP entre a população trans em geral foi de 10,6%, com uma variação de 5,7% a 14,8%, de acordo com a raça/etnia dos participantes. A utilização da profilaxia foi maior para pessoas trans asiáticas (14,8%), hispânicas/latinas (12,2%) e negras/afro-americanas (10,6%). Em contrapartida, a PrEP foi menos usada por pessoas trans indígenas americanas/nativas do Alasca (5,7%).

A elegibilidade para a profilaxia foi maior entre pessoas trans indígenas americanas/nativas do Alasca (75,1%) e negras/afro-americanas (69%). O encaminhamento para um provedor de PrEP foi maior para pessoas trans nativas do Havaí/Ilhas do Pacífico (59,5%) e menor para pessoas trans indígenas americanas/nativas do Alasca (29,9%). Vale destacar que, apesar de uma alta taxa de elegibilidade para a profilaxia, os participantes trans indígenas americanos/nativos do Alasca registraram baixa procura pelos provedores de PrEP.

Segundo os autores, o uso de PrEP foi reduzido entre a população trans norte-americana em geral. Eles ressaltam que a utilização da profilaxia variou por grupo racial/étnico, sugerindo que os serviços relacionados à PrEP precisam ser rapidamente expandidos a fim de proteger todas as pessoas trans com risco aumentado de infecção pelo HIV.

Fonte: site da AIDS 2024, de 22 de julho de 2024.

(https://programme.aids2024.org/Abstract/Abstract/?abstractid=2293)