Percepções sobre a PEP entre grupos minoritários do continente africano
A Organização Mundial da Saúde (OMS) atualizou suas diretrizes para a profilaxia pós-exposição (PEP) ao HIV, recomendando a administração dessa estratégia de prevenção ao vírus entre as populações consideradas como minoritárias e sugerindo um aconselhamento de adesão aos que utilizam o medicamento pela primeira vez.
Estudo publicado em 8 de outubro de 2025, na revista Frontiers, examinou questões relacionadas às percepções e experiências de grupos minoritários (trabalhadores do sexo, população LGBTI+ e usuários de drogas injetáveis) do continente africano com a PEP. O ensaio foi conduzido por Moushira El-Sahn, do Instituto Routes2Results, localizado em Londres, no Reino Unido, e outros pesquisadores.
De outubro de 2023 a janeiro de 2024, 1.156 pessoas, maiores de 18 anos e pertencentes a esses grupos, foram incluídas na pesquisa. Todas residiam no Quênia, Nigéria ou Zimbábue. No total, 920 voluntários responderam a questionários sobre suas possíveis experiências com a PEP, sendo que 236 participaram de grupos focais.
O conhecimento prévio sobre a PEP foi considerado alto (86,2%, no geral) e variou significativamente entre os países investigados (os zimbabuanos eram os que mais conheciam e os nigerianos os que menos conheciam a profilaxia). No entanto, apenas 21,8% informaram já ter tomado o medicamento.
Entre aqueles que nunca o haviam utilizado, 82% relataram alta probabilidade de usá-la caso se sentissem expostos ao risco de infecção pelo HIV. Desses, a maioria (81,2%) considerava os hospitais como os locais mais apropriados para a retirada do medicamento. Os participantes que já tinham tomado a PEP elencaram a conveniência (68,2%), a eficácia (56,5%) e a praticidade (56,2%) como as principais características positivas.
De acordo com os autores, para que a PEP seja mais utilizada nos três países, é preciso investir na capacitação dos provedores de saúde, a fim de aumentar a conscientização das populações minoritárias sobre os benefícios do medicamento. Ressaltam a necessidade de incorporação de novos pontos de distribuição da profilaxia, com a presença de profissionais aptos a prestar aconselhamento de adesão e apoio psicológico aos usuários.
Fonte: site da Frontiers, de 8 de outubro de 2025.
(https://www.frontiersin.org/journals/reproductive-health/articles/10.3389/frph.2025.1606013/full)



