PrEP: temas gerais

SIMPÓSIO IMPREP NA IAS 2025: Olhando para o futuro – impulsionadores do acesso e adoção da PrEP de longa duração

O ImPrEP CAB Brasil apresentou uma diversificada programação na 13ª Conferência da Internacional AIDS Society (IAS 2025), realizada, de 13 a 17 de julho, em Kigali, Ruanda, com destaque para a organização do simpósio-satélite “Implementação da PrEP de longa duração em cenários do mundo real – o projeto ImPrEP”.

Um dos painéis do simpósio foi “Olhando para o futuro: impulsionadores do acesso e adoção da PrEP de longa duração”, conduzido de forma virtual por Carmem Perez Casas, gerente técnica sênior da Unitaid, financiadora do ImPrEP CAB Brasil. A explanação ressaltou a parceria entre a Unitaid e o estudo ImPrEP, que, há dez anos, apoia a difusão da profilaxia pré-exposição (PrEP) ao HIV na América Latina. A gerente se disse orgulhosa do longo caminho percorrido desde o início da implementação da PrEP oral diária, em 2015.

Carmem destacou a importância do estudo ImPrEP, que implementou a PrEP oral diária entre minorias sexuais e de gênero, de 18 a 30 anos, no Brasil, México e Peru, e do ensaio clínico PrEP 1519, que teve como objetivo levar a profilaxia, também na modalidade oral diária, para adolescentes gays, bissexuais e outros homens que fazem sexo com homens, pessoas transgênero e não binárias do Brasil.

Ao dar prosseguimento à sua apresentação, ela citou os principais motivadores de acesso à PrEP injetável de longa duração. Para ela, além do risco autopercebido de infecção pelo vírus e da praticidade, devem ser ressaltadas a boa relação custo-benefício, pois se trata de um produto de baixo custo, e a garantia de uma máxima eficácia, comprovada em ensaios clínicos realizados pelo ImPrEP CAB Brasil.

Em seguida, Carmem celebrou a chegada da PrEP injetável semestral, baseada no lenacapavir (LEN), já aprovada pela Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora dos Estados Unidos, que poderá representar um avanço significativo na prevenção do HIV, especialmente entre as populações mais vulneráveis.

Apesar do otimismo, ela encerrou sua apresentação no simpósio mostrando preocupação com relação ao acesso ao cabotegravir injetável de longa duração e ao LEN: 26 países de baixa e média renda da América Latina, com elevadas taxas anuais de novos casos de HIV, ainda não estão incluídos no território de licença voluntária dos medicamentos. Segundo Carmem, essa não inclusão pode representar ser excluído da política de preços das empresas fabricantes, o que limita a possibilidade de utilização da profilaxia e, consequentemente, de proteção da infecção pelo vírus.