Desenvolvimento e aceitabilidade de aplicativo de apoio à testagem de HIV e adesão à PrEP entre HSH jovens nos EUA
Um artigo publicado na edição maio de 2025 no periódico JMIR Human Factors descreve o desenvolvimento e a avaliação de um aplicativo para celulares, o LYNX, projetado para aumentar a testagem de HIV e adesão à profilaxia pré-exposição (PrEP) entre gays, bissexuais e outros homens que fazem sexo com homens (HSH) nos Estados Unidos. Com autoria de Albert Liu, do Departamento de Saúde Pública de São Francisco e outros colaboradores, inclusive do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, da Fiocruz/RJ*, o estudo teve como objetivo ampliar o acesso a uma das populações mais vulneráveis a novas infecções de HIV.
Para o desenho do aplicativo LYNX, foram realizados encontros com quatro grupos focais de 30 HSH com 15 a 24 anos de idade, de Chicago e Tampa. Dentre as funcionalidades do LYNX está a SexPro, ferramenta que mede o nível de proteção da saúde sexual e contra o HIV. Além disso, o aplicativo conta com um calendário de atividades sexuais, um diário para rastrear parceiros sexuais, lembretes para testagem de HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis, assim como informações sobre clínicas de PrEP mais próximas.
Os grupos focais aprovaram a pontuação do SexPro, mas pediram mais clareza sobre como essa pontuação era calculada e de que modo poderia ser aperfeiçoada. Os grupos também sugeriram uma linguagem mais adaptada para HSH jovens e um recurso de chat para comunicação com profissionais de saúde. Tais demandas foram incorporadas ao aplicativo.
Os resultados mostraram alta aceitabilidade do LYNX, com uma média de acesso entre os grupos focais de 8,5 vezes, em sessões de aproximadamente quatro minutos. Os recursos mais usados foram o de teste, o de calendário de atividades sexuais e o de diário de rastreamento de parceiros sexuais. No geral, 79% afirmaram que continuariam usando o LYNX e 71% que o recomendariam a um amigo.
Por fim, os resultados demonstraram o caráter promissor do LYNX, de forma a ampliar a saúde sexual de HSH jovens. Além disso, destacam a necessidade de intervenções digitais adaptadas ao público-alvo de intervenções como ferramenta de prevenção. Diante desse quadro, o artigo conclui afirmando que os resultados fundamentam a realização de novas pesquisas visando atingir um público ainda mais amplo.
Link para o artigo: https://humanfactors.jmir.org/2025/1/e62830
* Autores do artigo:
Albert Liu (1, 2), Thiago Torres (3), Cat-Dancing Alleyne (1), Janie Vinson (1), Kelly Bojan (4, 5), Pedro Serrano (4, 6), Temitope Oyedele (4), Amayvis Garcia (7), Elizabeth Enriquez-Bruce (7), Patricia Emmanuel (7), Jeb Jones (8), Kathryn Muessig (9), Susan Buchbinder (1, 2), Patrick Sullivan (8), Lisa B. Hightow-Weidman (9) e Hyman Scott (1, 2)
(1) Bridge HIV, Departamento de Saúde Pública de São Francisco, São Francisco, EUA
(2) Departamento de Medicina, Universidade da Califórnia em São Francisco, São Francisco, EUA
(3) Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, Fiocruz, Rio de Janeiro, Brasil
(4) The Ruth M. Rothstein CORE Center, Hospital John H. Stroger Jr., Chicago, EUA
(5) Centro de Ciência da Disseminação e Implementação, Universidade de Illinois, Chicago, EUA
(6) Departamento de Ciências Sociais Médicas, Universidade Northwestern, Chicago, EUA
(7) Departamento de Pediatria, Faculdade de Medicina Morsani, Universidade do Sul da Flórida,Tampa,EUA
(8) Departamento de Epidemiologia, Universidade Emory, Atlanta, EUA
(9) Faculdade de Enfermagem, Universidade Estadual da Flórida, Tallahassee, EUA.