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Desigualdades na adesão à PrEP nos Estados Unidos

A profilaxia pré-exposição (PrEP) é comprovadamente eficaz na prevenção da infecção pelo HIV, mas o seu impacto populacional ainda depende de uma alta taxa de adesão ao medicamento. Estudo conduzido por Patrick Sullivan, da Universidade Emory, em Atlanta, nos Estados Unidos, e outros pesquisadores, avaliou a variação da adesão à profilaxia por raça/etnia, sexo e idade entre a população norte-americana. A análise foi publicada, em 13 de maio de 2025, no Journal of the International AIDS Society.

Os investigadores utilizaram informações obtidas em farmácias comerciais dos EUA para identificar usuários de PrEP e estimar a quantidade de dias cobertos pelo medicamento durante o período de um ano. Foram comparados dados de 2018 e 2022 para que se examinasse um ano anterior e outro posterior às diretrizes do Serviço de Saúde Pública dos Estados Unidos para a PrEP sob demanda (PrEP 2+1+1), estabelecidas em 2021.

Foram identificados 225.180 usuários da PrEP oral diária em 2018 e 459.984 que utilizavam a modalidade oral diária ou o esquema sob demanda em 2022. Mais de 70% dos participantes pertenciam a populações com risco aumentado de aquisição do HIV: gays, bissexuais e outros homens que fazem sexo com homens, pessoas transgênero/não binárias, além de homens e mulheres profissionais do sexo.

Durante os dois períodos pesquisados, as médias de dias cobertos pela PrEP para usuários do sexo masculino e do feminino foram, respectivamente, de 210 e 120 dias. Entre as pessoas com dados disponíveis para raça/etnia, a média de dias cobertos pela profilaxia foi maior para usuários brancos não-hispânicos (190 dias) quando comparados com hispânicos (168 dias) e negros (151 dias).

Participantes maiores de 30 anos tiveram uma média consideravelmente maior de dias cobertos pela PrEP, em comparação com usuários menores de 18 anos: 191 contra 60 dias. As médias de dias cobertos em 2018 (157 dias) e 2022 (164 dias) sugerem que a adição do esquema 2+1+1 não afetou de forma significativa a quantidade de usuários e a adesão ao medicamento.

Para os autores, essas descobertas evidenciam desigualdades na redução do risco de aquisição do HIV, que afetam principalmente as mulheres, os hispânicos, os negros e os jovens, grupos que apresentam uma menor cobertura de PrEP. Eles ressaltam a necessidade de desenvolvimento de novas estratégias de adesão à profilaxia, focadas principalmente em populações-chave e minorias étnicas. 

Fonte: site do Journal of the Internacional AIDS Society, de 13 de abril de 2025. (https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1002/jia2.26459)