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Altas taxas de mutações de resistência a medicamentos antirretrovirais na Inglaterra

Estudo conduzido por Jessica Glenn, do Imperial College London, no Reino Unido, e outros pesquisadores, teve como principal objetivo descrever as mutações de resistência a medicamentos antirretrovirais encontradas em pessoas que vivem com HIV na Inglaterra. O ensaio foi publicado, em 4 de abril de 2025, na revista AIDS.

Os investigadores analisaram dados relativos à adesão à terapia antirretroviral (TARV), carga viral e mutações de resistência a medicamentos em pessoas que viviam com HIV e possuíam cadastro ativo em clínicas e hospitais especializados, localizados na Inglaterra. Todos os participantes eram maiores de 25 anos.

De 2000 a 2024, 280 pessoas, com média de idade de 28 anos, foram incluídas no estudo. No total, 235 (84%) eram de etnia negra, 160 (57%) do sexo feminino, com o tempo médio de 17 anos em termos de exposição à TARV. No momento da inclusão na análise, 99,6% dos voluntários estavam em tratamento para o HIV e 90% apresentavam carga viral indetectável (inferior a 200 cópias/ml).

Durante o período de acompanhamento, 43% desenvolveram mutações de resistência a uma classe de medicamentos antirretrovirais, 25% a duas classes e 4,6% a três classes. Ninguém adquiriu mutações de resistência a mais de três classes desses medicamentos.

As mutações de resistência foram mais comuns para o inibidor não nucleosídeo da transcriptase reversa (48%), seguido pelo inibidor nucleosídeo da transcriptase reversa (15%) e pelo inibidor da protease (14%). O desenvolvimento de mutações de resistência foi significativamente associado ao diagnóstico de aids (fase avançada da infecção pelo HIV), à utilização de duas ou mais classes de medicamentos antirretrovirais e à exposição precoce ao inibidor nucleosídeo da transcriptase reversa.

De acordo com os autores, as mutações de resistência limitam as opções de tratamento do vírus, incluindo as terapias injetáveis de longa duração. Destacam a necessidade contínua de abordagens centradas no paciente, a fim de monitorar a adesão à TARV e promover o desenvolvimento de novas classes de medicamentos antirretrovirais.

Fonte: site da revista AIDS, de 4 de abril de 2025.

(https://journals.lww.com/aidsonline/abstract/9900/the_cumulative_prevalence_of_hiv_1_drug_resistance.683.aspx)