A Indonésia enfrenta uma crescente epidemia de HIV que atinge toda a sua população, mas que afeta principalmente os homens gays, bissexuais e outros homens que fazem sexo com homens (HSH). Estudo publicado em 28 de abril de 2025, no Journal of the International AIDS Society, avaliou a prevalência de testes de HIV, a incidência de infecções pelo vírus e a adesão à terapia antirretroviral (TARV) entre o público local. A análise foi conduzida por Irwanto Irwanto, da Universidade Católica Atma Jaya, em Jacarta, na Indonésia, e outros pesquisadores.

Foram consideradas elegíveis para o estudo pessoas maiores de 16 anos que se apresentassem voluntariamente para realizar testes de HIV em clínicas localizadas nas cidades de Jacarta ou Bali. Os investigadores utilizaram um algoritmo de autoavaliação e testes de pontuação de risco para estimar a probabilidade de um diagnóstico positivo do vírus.

Das 5.665 pessoas que compareceram às clínicas, de maio de 2023 a novembro de 2024, 3.689 preencheram os critérios de elegibilidade e foram incluídas na pesquisa. No total, 88,2% eram do sexo masculino, 78,3% HSH, 19,2% clientes de profissionais do sexo, 8,9% tinham parceiros sexuais que viviam com HIV e 4,1% praticavam sexo transacional. A média de idade da amostra foi de 28 anos.

Durante o período de acompanhamento, 229 participantes (6,3%) foram diagnosticados com HIV. Desses, aproximadamente 80% eram HSH e 13 (6%) apresentavam quadros de infecção aguda pelo vírus (infecção com sintomas semelhantes ao de uma gripe forte ou mononucleose). A prevalência de infecção aguda pelo HIV foi de 0,38% entre toda a população da análise e de 0,72% entre os HSH.

A maioria das pessoas recebeu o resultado do teste de HIV no mesmo dia (84,8%) ou em, no máximo, 24 horas após o exame (92,8%). Dos 229 voluntários diagnosticados com o vírus, 223 (97,5%) aceitaram iniciar a TARV, dos quais 153 (67%) começaram o tratamento imediatamente e 208 (91,1%) o fizeram em até uma semana.

Segundo os autores, foi identificada alta prevalência do HIV na Indonésia, especialmente entre os HSH. Destacam que priorizar o acesso aos testes pode criar oportunidades para intervenções mais eficazes, a fim de conter a epidemia do vírus e expandir o acesso aos medicamentos antirretrovirais para todas as populações vulneráveis do país.

Fonte: site do Journal of the International AIDS Society, de 28 de abril de 2025.

(https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1002/jia2.26463)