ImPrEP CAB Brasil: oficina sobre prevenção combinada em Manaus
A turma de educadores e educadoras de pares do ImPrEP CAB Brasil, projeto que visa buscar subsídios para a inclusão do cabotegravir injetável de longa duração como profilaxia pré-exposição (PrEP) ao HIV no Sistema Único de Saúde, tem como missão principal fazer uma interlocução mais próxima e direta junto ao público-alvo do estudo: gays, bissexuais e outros homens que fazem sexo com homens, travestis e mulheres transgênero.
E foram Gabriel Mota e Maya Alvarenga, educadores de pares do projeto em Manaus, que, em dezembro de 2023, durante a campanha do Dezembro Vermelho, ajudaram a desenvolver, em parceria com a Aliança Nacional LGBTI do Amazonas, a “Oficina Aliança LGBTI+ Multiplicadora da Prevenção Combinada”. A ação, que teve o objetivo de fortalecer o papel das lideranças comunitárias no enfrentamento da epidemia de HIV, contou com a parceria da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e com o apoio técnico e pedagógico da equipe de educação comunitária da Fundação de Medicina Tropical Heitor Vieira Dourado.


A iniciativa surgiu da necessidade de ampliar o acesso à informação de qualidade sobre a prevenção do HIV e ajudar a enfrentar barreiras, como o preconceito, o estigma e a falta de diálogo entre os serviços de saúde e a população LGBTI+. A população-chave da oficina foi composto por lideranças LGBTI+ locais, profissionais de saúde e representantes de movimentos sociais que atuam em todo o estado do Amazonas, grupo que tem o potencial de multiplicar o conhecimento sobre a prevenção combinada em suas redes e territórios.
Quando indagado se a ação atingiu os resultados esperados, Gabriel não hesita: “Com certeza. Houve um retorno muito positivo de todos que estiveram presentes nas atividades. Não tenho dúvidas de que as 40 pessoas formadas nessa oficina saíram preparadas para se tornarem verdadeiros multiplicadores da prevenção combinada em suas comunidades”.
O educador de pares informou que, a partir de 2024, todos os envolvidos na ação tiveram a oportunidade de participar de palestras com alunos de um projeto de extensão sobre prevenção combinada da UEA. Em seguida, cinco integrantes da oficina receberam bolsas de estudo da instituição de ensino para integrar o projeto e passaram a realizar atividades em suas seis unidades localizadas em Manaus.
Gabriel e Maya confiam que novas iniciativas como essa acontecerão em breve, pois a demanda reprimida é enorme e o impacto das ações pôde ser rapidamente percebido por todos os envolvidos. “É uma necessidade premente a realização de oficinas que dialoguem tanto com a educação em saúde, quanto com a articulação de políticas públicas inclusivas. Trata-se de uma iniciativa diferenciada, que nasce na comunidade, mas que influencia diretamente nas práticas institucionais voltadas ao enfrentamento do HIV”, complementa Maya.