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Estudo aborda início do uso da PrEP em serviços de atenção primária à saúde na França

Melhorar o acesso, aumentar a iniciação e expandir o público coberto pela profilaxia pré-exposição (PrEP) ao HIV são iniciativas fundamentais para reduzir a incidência de infecções pelo vírus em todo o mundo. Estudo conduzido por Sophie Bamouni, da Universidade de Nice, na França, e outros pesquisadores, buscou examinar a implementação da PrEP nos serviços de atenção primária à saúde da França. A análise foi publicada, em 8 de março de 2025, na revista The Lancet Public Health.

Os investigadores utilizaram informações obtidas por intermédio do Sistema Nacional de Dados de Saúde do governo francês. Foram consideradas elegíveis para o estudo pessoas HIV negativas, maiores de 15 anos e que iniciaram a PrEP na modalidade oral diária em serviços de atenção primária à saúde, de julho de 2021 a dezembro de 2022.

Um total de 13.500 participantes preencheram todos os requisitos e acabaram incluídos na pesquisa. As pessoas que iniciaram a profilaxia durante o período de acompanhamento eram predominantemente do sexo masculino (96,3%), possuíam média de idade de 36 anos e vivam, em sua maioria, nas áreas urbanas da França (71%). Cerca de 7% foram consideradas economicamente desfavorecidas.

Entre os resultados do estudo, destaca-se o número médio de iniciações de PrEP, que aumentou de 654/mês de junho a dezembro de 2021 para 783/mês de junho a dezembro de 2022. Dos 5.125 prescritores de iniciação de PrEP identificados pela equipe da análise, 88,6% eram médicos especializados em clínica geral e 44,7% médicos de família dos usuários. Nos primeiros seis meses após o início da profilaxia, 70,8% dos participantes compareceram a pelo menos uma visita mensal para a retirada de novos comprimidos. Desses, 82,4% continuaram atendidos pelo mesmo profissional de saúde responsável pela primeira prescrição de PrEP.

Para os autores, embora o número de iniciações de PrEP nos serviços de atenção primária à saúde tenha aumentado de forma consistente na França, o perfil dos usuários permaneceu inalterado em comparação com o período anterior ao estudo. Eles afirmam que a extensão da profilaxia para mulheres e pessoas economicamente desfavorecidas exigirá uma maior conscientização por parte do governo e dos profissionais de saúde locais.

Fonte: site da The Lancet Public Health, de 8 de abril de 2025.

(https://www.thelancet.com/journals/lanpub/article/PIIS2468-2667(25)00062-3/fulltext)